Rio - Mesmo contra adversários teoricamente mais fortes neste Brasileiro, o Fluminense conseguiu jogar de igual para igual, mas faltou algo a mais para conquistar resultados melhores. Uma série de fatores explica a falta de poder de decisão. Entre eles, a juventude do grupo, somada às constantes lesões que atrapalham o planejamento tricolor.
Com sete desfalques e sem dinheiro para contratações, o Fluminense tem sido obrigado a apostar nas categorias de base. Prova foi o clássico de domingo: foram nove jogadores com 24 anos ou menos que entraram em campo (contando as substituições). Entre eles o estreante Mascarenhas, 18 anos. No banco, ainda havia mais quatro. Contra os rubro-negros, a média do time que terminou o jogo foi de 24 anos, com sete atletas com menos de 25 anos.
A cada rodada Abel Braga tem sido obrigado a se virar com o que tem. Sua equipe demonstra padrão e muita luta, e ele vem conseguindo tirar leite de pedra. Mas até certo ponto. Nos clássicos com Vasco e Flamengo, o time vencia até o fim, mas sofreu gols e os três pontos escaparam — uma derrota e um empate respectivamente.
A situação não é a ideal, mas Abel prefere não reclamar e, se necessário, seguirá colocando os garotos. "Eu ponho para jogar. A minha conduta é essa. E eu não vou mudar. Não vou falar mal. Não vou justificar nada. Não sei se com jogadores cascudos a gente não sofreria o gol. Eu assumi sabendo que seria assim", disse o treinador.
Em texto no Facebook, o presidente do Fluminense, Pedro Abad, reafirmou que manterá a política de poucos gastos e não contratará por pressão. "O planejamento está traçado. Ceder à pressão da torcida por reforços é deixar de lado o profissionalismo e tomar atitudes apenas com a emoção. E esse não é o caminho que consideramos ideal", escreveu o dirigente.