Após dois anos no comando do time, Fernando Diniz encontra a torcida do Fluminense pela primeira vez como adversárioLucas Merçon/Fluminense
Melhor na defesa e mesmos problemas: Fluminense reencontra Diniz
Tricolor precisa da vitória contra o Cruzeiro, comandado por ex-treinador, para fugir da crise
O Fluminense reencontra Fernando Diniz nesta quinta-feira (3), quando enfrenta o Cruzeiro no Maracanã, às 21h30, pelo Brasileirão. Após a demissão no fim de junho, o treinador, que ainda divide a torcida tricolor entre os que amam e odeiam, terá pela frente um adversário que ainda colhe frutos, mas que também sofre com o trabalho realizado recentemente, tentando se recuperar de uma campanha que o deixou sob sério risco de rebaixamento.
Coincidentemente, o momento atual do Tricolor sob o comando de Mano Menezes é idêntico ao que selou a queda de Diniz: são quatro derrotas seguidas, que resultaram em eliminação na Libertadores e volta à zona de rebaixamento.
Campeão da Libertadores e do Carioca, em 2023, e da Recopa em 2024, Diniz colocou seu nome de vez na história do clube e tornou-se o treinador que ficou mais tempo no cargo neste século (786 dias, entre 30 de abril de 2022 e 24 de junho de 2024). Mas o péssimo desempenho na temporada, principalmente no Brasileirão, manchou essa segunda passagem.
Com apenas uma vitória em 11 rodadas, o Fluminense teve um aproveitamento pífio de 18%, com apenas 10 gols marcados e 20 sofridos, amargou a lanterna e estava em situação dramática no Brasileirão. Na emocionante coletiva após a demissão, Diniz chorou, agradeceu pelo que viveu e mostrou confiança de que conseguiria tirar o time do rebaixamento.
Com uma arrancada de quatro vitórias seguidas, Mano Menezes conseguiu tirar o Tricolor do Z-4, mas está de volta mesmo com um aproveitamento de 50%. Foram seis triunfos, três empates e cinco derrotas, que seriam suficientes para uma campanha tranquila, mas que continua com o fantasma da queda por causa do péssimo início de seu antecessor.
A mudança de treinadores com perfis tão distintos foi a opção desesperada da diretoria para criar um fato novo para chacoalhar o elenco, um mês depois de renovar com Diniz. A "troca de pneu com o carro andando" foi drástica, com contratações de jogadores para dar mais força física e velocidade ao time, que ainda hoje se aproveita de saídas de bolas da defesa, como no trabalho anterior, assim como de Thiago Santos de zagueiro.
Mas a reformulação aconteceu, com a saída de medalhões, como Felipe Melo, Marcelo e Keno do time titular. Marquinhos, Renato Augusto e John Kennedy também perderam espaço. O lateral, inclusive, passaria a ser usado como meia, mas voltou à função original nos últimos jogos.
As chegadas de Thiago Silva e Serna - Ignácio também seria titular se não se machucasse -, e o aproveitamento de Kauã Elias deram uma nova cara ao time, que passou a jogar menos com a bola e mais em velocidade, além de se mostrar muito mais seguro.
Afinal, foram apenas nove gols sofridos em 14 jogos no Brasileirão, mas o desempenho ofensivo seguiu muito aquém, com média inferior a um gol por jogo (11 ao todo), o que mantém o time com o pior ataque.
Entretanto, Mano voltou a optar por medalhões, uma das muitas críticas a Diniz, nesse período que é o seu pior momento desde que chegou. Recuperado de lesão, Cano recuperou a vaga no ataque e Keno também jogou no péssimo primeiro tempo do time contra o lanterna Atlético-GO. E o erro de Felipe Melo determinou a derrota para o Botafogo.
Também foram 135 minutos seguidos ou três tempos sem uma finalização no gol, contra Atlético-MG e Atlético-GO. Esse foi outro problema na reta final do antecessor, assim como os gols sofridos no fim, a postura passiva dos jogadores em campo e a baixa confiança. Tudo que se repete.
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