Alison dos SantosAFP
Com exceção das marcas na pele, o acidente doméstico não deixou sequelas em Alison. Prova disso é que ele disputará a final olímpica dos 400m com barreiras com grandes chances de conseguir um lugar no pódio olímpico.
O seu corpanzil, inclusive, é um diferencial em relação à maioria dos demais atletas. Ele tem 1,98m de altura, sendo 1,12m só de pernas, que facilitam na hora de dar passadas largas e transpor os obstáculos.
Quando criança, Alison se arriscou no judô. Foi nesse período que ganhou o apelido de Piu, mas logo trocou o tatame pelo atletismo.
Não é de hoje que a sua condição atlética lhe proporciona bons resultados nas pistas. Com apenas 16 anos, ele já competia entre adultos. Em 2019, aos 18 anos, venceu os 400m com barreiras com o tempo de 48s84 e quebrou o recorde sul-americano sub-20.
Nos Jogos Pan-Americanos de Lima naquele ano, melhorou ainda mais a sua marca, com 48s45. Aí, ano a ano, prova a prova, vem correndo cada vez mais rápido e melhorando o seu desempenho até chegar aos 47s31 do último domingo que o colocaram com o segundo melhor tempo na classificação geral das semifinais dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Seus maiores adversários na final são o norte-americano Raj Benjamin e o norueguês Karsten Warholm, atual recordista mundial (46s70) após derrubar em junho deste ano uma marca que já durava 29 anos. "O Warholm e o Benjamin são favoritos ao ouro, mas são oito classificados para a final e qualquer um pode levar a medalha", disse Alison. "O Brasil pode esperar que essa será uma das provas mais fortes e mais bonitas, não porque eu estou nela, mas porque a prova está muito forte." A expectativa é até de possibilidade de novo recorde mundial na briga por um lugar no pódio.
Controlar a ansiedade e o nervosismo antes da sua primeira final olímpica é, neste momento, o principal desafio de Alison. "Os Jogos Olímpicos são a maior competição para nós, mas tentamos levar na maior leveza possível para não deixar o nervosismo ficar à flor da pele e atrapalhar um grande resultado. Tenho de manter a calma, porque treinamos muito, nos preparamos para isso Nesse momento dos Jogos, tento me manter o mais tranquilo possível e descansar o máximo", conta Alison.
O Brasil nunca conquistou uma medalha nos 400m com barreira nos Jogos Olímpicos. Piu pode mudar a história na madrugada desta terça-feira.
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