Quarto uniforme em apoio ao LGBTQIA+Foto: Divulgação/Vasco

Por O Dia
Rio - No domingo marcado pelo apoio dos clubes cariocas e de todo o país ao movimento LGBTQIA+, Leandro Castan foi alvo de críticas de parte da torcida do Vasco ao postar uma passagem bíblica considerada uma resposta à série de ações promovidas pelo Cruzmaltino no Dia Internacional do Orgulho Gay.
Na publicação, o capitão do Vasco cita o trecho "Sejam férteis, multipliquem-se e encham a terra", que rendeu algumas críticas no perfil do zagueiro no Instagram. A edição especial da camisa, com as cores do arco-íris na tradicional faixa diagonal, em homenagem à causa LGBTQIA+ se esgotou em menos de três horas de venda após viralizar na internet, com o apoio de ilustres torcedores como a cantora Teresa Cristina, o carnavalesco Milton Cunha e o humorista Fábio Pocrchat.
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O modelo, que foi vendido pelo preço de R$ 269,90, será usado na partida contra o Brusque, neste domingo, às 21h, em São Januário, pela sétima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Confira na íntegra a carta confeccionada pelo Vasco sobre 


"Movimento contra a homofobia e transfobia no esporte brasileiro

O mundo dos esportes não é um espaço que aceite as mudanças com facilidade e leveza. Pudera: o esporte é um reflexo da sociedade que o rodeia e, portanto, reproduz seus estereótipos e práticas, seus valores e preconceitos. Reproduz, enfim, sua inércia.

Mesmo assim, a sociedade muda. E, como reflexo da sociedade em transformação, o futebol também não se mantem imune às suas mudanças. Mas o esporte tem o dever de ir além: o futebol, particularmente, é uma inspiração comum a diversas gerações e deve fazer parte das transformações sociais, rumo a uma sociedade melhor e mais justa.

A homofobia e a transfobia são alguns dos mais graves problemas do nosso tempo e o esporte ainda é, infelizmente, um de seus espaços de mais forte reprodução. O Vasco da Gama assume para si a responsabilidade de se posicionar diante do tema, sem defender aquilo que é cômodo, mas sim aquilo que é correto. O clube será um parceiro daqueles que lutam contra o preconceito relacionado à orientação sexual ou à identidade de gênero de quem quer que seja.

Estamos conscientes de que uma parte das mudanças acontece dentro de nossos próprios muros. Mas estamos dispostos a nos engajar na construção de um Vasco melhor, que reflita o mundo que queremos ver para o futuro próximo: com respeito e dignidade, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero.

Ser parte da mudança - e não do problema - não é simples, já que exige uma mudança de nós mesmos. O Vasco convida clubes, atletas, torcedores, dirigentes, federações e sociedade para um compromisso conjunto de debate acerca da homofobia e da transfobia.

O Vasco de 1923 não aceitou o racismo, naturalizado no século anterior. O Vasco do século XXI se nega a aceitar a homofobia e a transfobia que marcaram o século XX".