RJ - SÉRIE B/VASCO X PONTE PRETA - ESPORTES - Comemoração do gol de Raniel, do Vasco, durante a partida entre Vasco e Ponte Preta válida pela 4ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro 2022, realizada no Estádio São Januário, no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (27). Foto: éRICA MARTIN/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO TN220220427026 - 27/04/2022 - 23:01 ERICA MARTIN/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
Vasco lamenta acusação de racismo de técnico da Ponte Preta: 'Sem fundamento'
Torcedores imitaram som de pitbull para o volante Yuri Lara
O Vasco divulgou, na manhã desta quinta-feira, um comunicado repudiando as acusações feitas pelo técnico Hélio dos Anjos, de que a torcida cruzmaltina estaria imitando sons de macaco na partida contra a Ponte Preta, na última quarta-feira, em São Januário. Na verdade, os sons eram imitando um latido de pitbull, em referência ao volante Yuri Lara.
"Fomos surpreendidos na noite da última quarta-feira (27/04) em São Januário com uma absurda acusação de racismo direcionada a torcida do Vasco vinda de alguns profissionais da A. A. Ponte Preta. Algo sem fundamento algum e que se baseou equivocadamente num canto criado pela torcida do Vasco utilizado para homenagear o volante Yuri Lara, algo já feito, por exemplo, por outras torcidas e em outras praças esportivas.
Ao se fazer uma acusação de racismo, crime gravíssimo, além de se ter certeza do que está sendo dito, é imprescindível se conhecer o histórico dessa luta no país. E não há como falar do combate ao racismo no futebol brasileiro sem que o Vasco da Gama seja o principal protagonista.
Nossa luta não começou agora, mas sim em 07 de abril de 1924, quando escrevemos a “Resposta Histórica”, o maior símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro. O Vasco da Gama se orgulha de ser um pioneiro nesta luta e um ativo defensor de seus ideais, que não esmoreceram com o passar dos anos. E o estádio de São Januário sintetiza a maior da luta do Vasco da Gama contra a chaga do racismo. Foi construído pelos vascaínos como resposta às elites da época que resistiam a inclusão de pretos, operários e imigrantes pobres no futebol.
Portanto, como não poderia ser diferente, condenamos a atitude e lamentamos que uma pauta tão séria seja utilizada da forma que foi.
São Januário é a casa do legítimo clube do povo e fazemos questão de que continue sendo assim."
Após a partida, o próprio Yuri Lara comentou o caso e disse ter explicado o ocorrido a um jogador da Ponte.
"O Ramon falou comigo sobre isso, falei que não era racismo, não tem nada a ver. Realmente estavam latindo, como latem. Não tem nada a ver com macaco. É inadmissível o racismo, ainda mais com a torcida do Vasco, por tudo que o Vasco representa para a história. Expliquei para ele que não tinha nada a ver com racismo. É o latido", declarou.
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