Cada oficina é pensada e construída entre profissionais de saúde mental, usuários e familiares, a partir das demandas observadas. Banco de Imagem (Pexels)

ITAGUAÍ- A Prefeitura de Itaguaí desenvolve diversas oficinas terapêuticas aos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial do município (CAPS). A iniciativa é fundamental para humanizar o atendimento aos usuários e faz parte da Política Nacional de Saúde Mental, cujo objetivo é promover espaços de criação, habilidades, produção de autonomia e valorização do potencial dos assistidos.

Segundo a Secretaria de Saúde, essas atividades ocorrem prioritariamente em espaços coletivos, sob uma ótica interdisciplinar. Cada oficina é pensada e construída entre profissionais de saúde mental, usuários e familiares, a partir das demandas observadas.

– Esse tipo de assistência é importantíssima. A Prefeitura retomou a realização dessas ações nos CAPS, que foram suspensas nas gestões anteriores por falta de material – destaca o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Zóia.
A diretora da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), Andreia Kikumo Inouê, ressalta que uma das ações terapêuticas desenvolvidas nos CAPS é a oficina de beleza. Por meio dela, assegura que os profissionais de saúde podem trabalhar temas como autoimagem, limite entre o próprio corpo, autoestima, relacionamento e afeto.
– Desta forma, pintar as unhas, arrumar os cabelos, passar um batom não são vistos como um simples ato, mas como possibilidades de ofertar afeto, cuidado, crescimento, descobertas e socialização – explica Andreia.
As oficinas serão realizadas no CAPS Bem Viver, CAPSad Viva a Vida, CAPSi Casinha Azul, além de atuar com os usuários internados nos leitos de saúde mental e moradores da Residência Terapêutica.

Atualmente diversas oficinas são oferecidas no equipamento: oficina de beleza, Low Poly Paper, Macramê, laços entre outras. Para aprender qualquer técnica, não precisa ter nenhuma habilidade manual, basta apenas o interesse do paciente de se permitir a fazer algo novo.

Oficina de Low Poly Paper

O curso de Low Poly Paper leva ao paciente o processo de construção, desconstrução e construção novamente. O que nos faz remeter a uma analogia aos cuidados em Saúde Mental.

- Nos primeiros anos de nossas vidas, vamos construindo nossa personalidade. Ao longo do caminho, as emoções, sentimentos e comportamentos podem ficar fragmentados e sem sentido, mas, a medida em que o processo terapêutico acontece, aquelas "pecinhas" voltam a se encaixar e dar forma para um novo "Eu". E é exatamente assim que é a técnica Low Poly Paper: construção do arquivo digital, desconstrução das peças impressas e finalmente a construção da escultura- explica a psicóloga Lidiane Aires, responsável por parte das oficinas.


Low Poly Paper, traduzido como Pequenos Polígonos em Papel, tem como benefício organização do pensamento, minimiza efeitos da ansiedade, estimula atenção, concentração e memória. Na Oficina Terapêutica, dentro dos CAPS, é trabalhada questões como regras, limites e excessos para a construção de uma escultura e fazendo parênteses com situações do cotidiano.

A Oficina, além de terapêutica, traz possibilidade de geração de renda e hoje, através do Projeto “Feirinha da Saúde Mental" a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) foi inserida mensalmente na Feira de Artesanatos, organizada pela Cooperativa de Artesãos de Itaguaí.