Dois corpos IML de Macaé passaram por papiloscopia no IML de Macaé, onde aguardam o cruzamento de dados entre a Polícia Civil dos estados do Ceará e Rio Grande do Sul. - Foto: Divulgação.
Dois corpos IML de Macaé passaram por papiloscopia no IML de Macaé, onde aguardam o cruzamento de dados entre a Polícia Civil dos estados do Ceará e Rio Grande do Sul.Foto: Divulgação.
Por Bertha Muniz

MACAÉ - Os dois corpos encontrados pela Marinha do Brasil, na noite desta quinta-feira (4), supostamente relacionados aos tripulantes da embarcação "O Maestro", que desapareceram ao navegar entre Farol de São Thomé, em Campos, e Fortaleza, chegaram ontem (5) ao Instituto Médico Legal (IML) de Macaé.

Os cadáveres já passaram por papiloscopia, mas ainda não foram identificados, pois aguardam o cruzamento de dados entre a Polícia Civil dos estados do Ceará e Rio Grande do Sul, para que possam ser reconhecidos por digitais. Segundo a perícia, eles estão em estado de decomposição, o que dificulta o reconhecimento pelas características físicas.
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Um dos corpos pode ser do empresário Ricardo Kirts, dono da embarcação. A mulher dele, Tatiane Cruz, esteve no IML de Macaé na noite de ontem (5) e reconheceu objetos que foram encontrados junto ao corpo: uma mochila, um relógio e um talão de cheques em nome dele. Porém, a esposa de Ricardo não chegou a fazer o reconhecimento, pois passou mal e foi levada para o Hospital Público Municipal (HPM).

O outro corpo pode ser do pescador cearense Wilson Martins dos Santos. O filho dele afirmou que reconheceu o relógio e cordão encontrados com um dos corpos localizados, através de fotos. Renato Marcolino, filho mais velho de Wilson, viajou ao Rio neste sábado (6) e já contatou um carro funerário para remover o corpo do pai. Ele está a caminho do IML para tentar reconhecer o corpo. "Esse relógio e esse cordão ele nunca tirava", afirmou o filho.
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Buscas

O navio-patrulha e aeronaves da Marinha do Brasul já fizeram varredura "em área de mais de 55 mil km², percorrendo uma faixa litorânea entre o Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), e a Restinga da Marambaia (RJ), com um afastamento de até 90 km da costa", informou a Marinha. O grupo desapareceu no dia 29 de janeiro, três dias após sair da Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro, rumo a Vitória, no Espírito Santo, para fazer o primeiro abastecimento da lancha. Um dia antes, porém, o motor da embarcação havia apresentado problemas técnicos.

Estavam na embarcação: Guilherme Ambrósio, como comandante; Cláudio de Souza, operador de máquinas; Wilson dos Santos, pescador; e Ricardo Kirts e Domingos de Souza, donos do equipamento. Familiares relatam que no último contato, os homens descreveram as condições insatisfatórias do tempo. Naquele dia, afirmam, chuva e vento estavam intensos, o que dificultaria a continuidade do trajeto. As buscas pela embarcação foram iniciadas pela Marinha no dia 31 de janeiro e continuam mesmo com o mau tempo.