Dos atuais 600 mil barris de óleo equivalente/dia (Mboed), a Bacia de Campos já se aproxima dos 700 Mboed e deve alcançar os 900 Mboed em 2026.Foto: Divulgação.

MACAÉ - O montante de R$ 16 bilhões reservados à Bacia de Campos representa 23% da estimativa total de investimentos que a Petrobras dispõe para o período entre 2022 e 2026 de acordo com seu novo Plano Estratégico divulgado recentemente. Esse aporte de recursos vai se tangibilizar com três novos FPSOs (do inglês, unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência), mais de 100 novos poços e novas tecnologias voltadas à otimização da operação e redução das emissões de carbono, mantendo os altos padrões de segurança das pessoas e proteção ao meio ambiente.

Dos atuais 600 mil barris de óleo equivalente/dia (Mboed), a Bacia de Campos já se aproxima dos 700 Mboed e deve alcançar os 900 Mboed em 2026.Realidade aumentada, mobile, inteligência artificial, telemetria para guindastes, internet das coisas (IoT), sistemas integrados, simulações, drones, Big Data. É, principalmente, na exploração dessas novas fronteiras tecnológicas que a Bacia de Campos vai consolidar ainda mais sua posição estratégica na Petrobras.

Dentre os aperfeiçoamentos, já está em curso a revitalização de oleodutos, gasodutos e malha óptica, que tornam as operações cada vez mais dinâmicas e, por isso, mais rentáveis. Os números mensuram o quanto as soluções têm sido bem-sucedidas: a utilização de drones, por exemplo, tem diminuído o tempo de exposição do colaborador ao risco (HHER) e o tempo total de algumas operações em mais de 70%. A tecnologia Vision, que realiza identificação rápida de anomalias em ambiente submarino, traz uma redução de HHER do mesmo patamar. Já a aplicação do robô de pintura decresce o HHER em quase 90%.

Os processos de limpeza química aplicados em paradas de produção e descomissionamento permitiu uma economia de R$ 1,2 milhões em Marlim, no período de seis meses. “Semelhante às tecnologias já citadas, essa solução reduz o tempo de exposição do colaborador ao risco, aumenta a produtividade e diminui substancialmente o uso de diesel, contribuindo para as metas da companhia quanto à redução das emissões de carbono”, explica o gerente geral da Unidade de Exploração e Produção da Bacia de Campos da Petrobras, Suen Marcet.

Para alcançar esses objetivos, a Petrobras tem investido também na cadeia de suprimentos como alavanca de valor. “O desdobramento aqui na Bacia de Campos dos compromissos ESG[do inglês, ambiental, social e governança], parcerias de alta performance, portifólios de demandas e relacionamento com os fornecedores têm contribuído para aumentar o nosso desempenho de EVA[valor econômico agregado]”, ressalta Josiane Kurzlop, gerente geral da área de Suprimentos da empresa.

A Petrobras foi a principal convidada do evento anual de encerramento da Rede Petro, realizado na última semana, em que apresentou esses dados para agentes da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia da região. Com 18 anos de atuação, a entidade sem fins lucrativos tem cerca de 90 organizações associadas, é gerida pelo setor privado e visa promover a cooperação entre esses agentes por meio de oportunidades de interações, eventos técnicos, rodadas de negócios e associativismo.

Mais perspectivas

No último mês, a companhia confirmou a desistência da venda parcial do campo de Marlim, que deverá contar com duas novas unidades a partir de 2023. Especialmente em Macaé, até 2022, cerca de R$ 24 milhões serão investidos no Porto de Imbetiba para dar suporte à rotina e aos projetos de ancoragem de plataformas da companhia. O porto dispõe de três píeres e seis berços e, atualmente, realiza em torno de 115 atracações/mês. No pós-pandemia, esse número deve chegar a 150 atracações/mês.

A Bacia de Campos possui 42 unidades marítimas — entre operantes, hibernadas e em descomissionamento — nove sondas, 253 equipamentos submarinos, 10.300 km de dutos submarinos e terrestres, 392 poços produtores e injetores operados. Trata-se de uma bacia sedimentar que se estende das imediações da cidade de Vitória, no Espírito Santo, até Arraial do Cabo, no litoral norte do Rio de Janeiro. Nessa área, estão localizados campos com importantes reservas na camada pré-sal. Atualmente, ela é a segunda maior produtora do país, atrás apenas da Bacia de Santos.