Por ser uma construção com arquitetura antiga, há um cuidado especial na preservação dos detalhesDivulgação/Ivana Gravina

Macaé - Depois de quase dois séculos, o prédio do Centro Cultural do Legislativo passa pela maior reforma de sua história. Assim que for totalmente revitalizado, o imóvel que, por muitos anos foi a sede da Câmara de Macaé, voltará a receber o público para exposições, cursos, apresentações artísticas e eventos oficiais. Na manhã desta quarta-feira (20), o presidente Cesinha (Pros) acompanhou o andamento dos trabalhos.
Por ser uma construção com arquitetura antiga, há um cuidado especial na preservação dos detalhes. Todo o telhado já foi trocado e passou por impermeabilização para evitar goteiras e infiltrações. Um elevador será instalado para garantir acesso de pessoas com deficiência (PcD) ao segundo piso, onde funciona a Escola do Legislativo.
As escadas e o antigo plenário também serão revitalizados, além das bancadas, cadeiras e lustres que compõem o acervo. De acordo com Cesinha, a Mesa Diretora planeja realizar novamente sessões no espaço. “O resgate da nossa história é mais um legado que deixaremos para a cidade. Com uma gestão econômica e transparente, foi possível garantir recursos para reformar o Centro Cultural e tirar do papel iniciativas pioneiras, como a instalação da energia solar na sede atual.”
O imóvel
Construído em 1838, o local inicialmente serviu de residência para a família de Francisco Domingues Araújo, grande comerciante e fazendeiro da época. Três décadas depois, passou a ser alugada para a Câmara Municipal, que veio a adquirir oficialmente o imóvel em 1905. Até o final de 2012, sediou o Legislativo, hoje no Palácio Natálio Salvador Antunes.
O servidor Meynardo Rocha de Carvalho, historiador e doutor em Memória Social, afirma que uma série de pesquisas foram realizadas para que a obra preserve os traços arquitetônicos. “É um trabalho bastante emblemático para a cidade. Por exemplo, resgatamos a cor ocre, utilizada na reforma de ampliação, que ocorreu em 1926. No ano seguinte, a prefeitura também passou a funcionar no imóvel e a cidade vivia um grande período de prosperidade econômica, impulsionada pela produção de café.”
Na parte externa, a Câmara abriu processo para musealização das centenárias palmeiras imperiais, que consiste em oficializar pesquisas e documentos ligados à preservação dos monumentos naturais. “Elas são símbolo do período Imperial brasileiro e representam a ligação do primeiro dono com os governantes da época. O proprietário original chegou a receber a visita de Dom Pedro II”, acrescentou Meynardo.
Testemunha da história
Desde 1967, o taxista Paulo Roberto Moreira de Souza trabalha no ponto instalado na Praça Gê Sardenberg, incluída na reforma. Ele testemunhou de perto alguns dos grandes momentos da política local e vê com bons olhos a revitalização do espaço. “Nesse tempo todo, já acompanhei umas dez reformas, mas nenhuma como essa”, disse.