Teatro das Oprimidas realiza oficina e espetáculo em Macaé
O processo estético e político surge da necessidade de desenvolver produções teatrais em que as mulheres não sejam vistas como culpadas pela violência que sofrem
A peça, é fruto do laboratório CriaDasOprimidas, um espaço de criação artística que visa garantir a efetividade do processo estético, a excelência dos produtos artísticos e a coadunação de ambos como estratégia de formação das mais de 30 artistas que compõem a equipe do projeto Teatro das Oprimidas - Divulgação
A peça, é fruto do laboratório CriaDasOprimidas, um espaço de criação artística que visa garantir a efetividade do processo estético, a excelência dos produtos artísticos e a coadunação de ambos como estratégia de formação das mais de 30 artistas que compõem a equipe do projeto Teatro das OprimidasDivulgação
Macaé - Com a apresentação do teatro-fórum “Gêneres”, o Centro de Teatro do Oprimido, através do projeto Teatro das Oprimidas, encerrou a oficina realizada entre os dias cinco a oito deste mês, na Cidade Universitária. A formação foi voltada para pessoas que atuam na área de direitos humanos da iniciativa pública e privada.
O Teatro das Oprimidas tem como objetivo geral ampliar seus raios de atuação, realizando oficinas para estimular multiplicadoras e cenas que mobilizem alternativas transformadoras para a juventude, em espaços populares e institucionais com a metodologia da Estética, do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas.
O processo estético e político surge da necessidade de desenvolver produções teatrais em que as mulheres não sejam vistas como culpadas pela violência que sofrem. Essa é a segunda vez que o CTO vem à Macaé para realizar os encontros.
Para a coordenadora executiva do projeto, Maiara Carvalho, a oficina foi importante para que seja possível multiplicar os processos na cidade.
“Para nós é fundamental estar aqui. É importante mobilizar as pessoas e dialogar sempre em busca de políticas públicas para as mulheres”, ressalta.
A advogada Rute Curvelo, que compõe a equipe técnica do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), participou da oficina.
“Foi muito construtivo por ser algo que nos tira da rotina. Enquanto profissional, o Teatro das Oprimidas me ajudou a perceber mais de mim mesma e aguçar o olhar para as pessoas com quem eu trabalho e atendo. De forma pessoal, permite descansar de um processo de automatização que todos nós vivemos e ajuda a extravasar emoções, principalmente pelo uso do corpo, da criatividade, troca de ideias e reflexões sobre a sociedade e nós mesmos”, avalia.
Além da oficina, o elenco da Cia CTO apresentou o mais recente espetáculo produzido pela instituição, a peça de Teatro-Fórum “Gêneres”. Com direção de Bárbara Santos, a peça debate como a persistência na utilização de um conceito de gênero com estrutura binária afeta avanços sociais e promove a intolerância e a violência na convivência cotidiana. Gêneres é uma produção baseada em Estéticas Feministas com o objetivo de revelar processos sociais por meios estéticos e de propor o diálogo interativo entre palco e plateia para buscar meios concretos para transformar a realidade.
A peça, é fruto do laboratório CriaDasOprimidas, um espaço de criação artística que visa garantir a efetividade do processo estético, a excelência dos produtos artísticos e a coadunação de ambos como estratégia de formação das mais de 30 artistas que compõem a equipe do projeto Teatro das Oprimidas.
Para a Secretária de Políticas para as Mulheres, Jane Roriz, o Teatro das Oprimidas é a oportunidade de questionar e refletir sobre diversos processos opressores aos quais as mulheres são submetidas todos os dias pela sociedade.
“É transformador. Acredito que é exatamente isso que buscamos no Teatro das Oprimidas, transformar realidades e impactar pessoas. É um projeto que temos muito carinho porque precisamos dar voz a essas mulheres e ajudá-las a romper o ciclo da violência. É apenas o primeiro passo que damos juntas em prol de sensibilizar muitas outras pessoas”, avalia.
As ações fazem parte do projeto Teatro das Oprimidas do Centro de Teatro do Oprimido e têm patrocínio da Petrobrás e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.