Grife quilombola mageense Gbogboaso.Divulgação/Eduardo Campos.

Magé - Magé e suas peculiaridades. Muitos não sabem, mas a Magé além de ser uma cidade com patrimônio histórico, religioso, cultural e ecológico, também é referência em moda e cultura africana. É o caso da grife mageense Gbogboaso, do Quilombo Quilombá, para homens e mulheres, existente há 12 anos. Comercializada para vários lugares do Brasil e exterior, como os Estados Unidos, França e Austrália, a marca significa roupa para todos. Muito além de ser uma marca com tecidos coloridos vindos de países do continente africano para confecção de peças exclusivas, a iniciativa marca a valorização da cultura e a reparação histórica dos negros. A Prefeitura de Magé, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, tem ouvido as demandas dos três quilombos da cidade (incluindo Maria Conga e Feital) através do programa Agenda Escutatória.

“A grande proposta é exatamente o resgate dos valores afrocentrado, visto que Magé é um grande quilombo. Trabalhar com estes tecidos africanos, ressignificando situações que movimentam uma coisa mais embranquecida no Ocidente e apagando a nossa história, é o nosso maior legado conduzindo o empoderamento, a resistência e a reparação. Enfim, o comportamento com a moda vai além da moda, valoriza e resgata o legado deixado pela nossa ancestralidade. O design e o movimento das cores nos trazem o processo de nos colocar no lugar que queremos estar”, explicou o presidente de honra do Quilombo Quilombá, Paulo José dos Reis, o Pai Paulo de Ogum.

A diretora de estilo da grife, Aline Reis, explica o significado das roupas africanas, inseridas na atual realidade cotidiana.

“A grife veio da proposta de trazer o que é sagrado para nós e possa ser usado no nosso dia a dia, mas com outra leitura. Em relação aos nossos vestidos, por exemplo, que usamos no solo sagrado, trazemos uma releitura em blusas e croppeds. Já as saias, confeccionamos mais curtas para usar com mini-blusas. Isso tudo é para as pessoas entenderem que a roupa africana pode ser utilizada no Brasil com as cores maravilhosas e a alegria que ela traz para gente”, descreveu a diretora informando ainda que os tecidos vêm de diversos países, como Nigéria, Angola e Benni.

A secretária municipal de Educação e Cultura, Sandra Ramaldo, ressaltou a importância das políticas públicas municipais para atender às necessidades dos quilombos.

“A agenda escutatória começou exatamente no Quilombo Quilombá com representantes de todos os três quilombos da cidade justamente porque compreendemos a importância da história deles para o nosso município. No encontro, pudemos ouvir e discutir as necessidades dos quilombos e estamos caminhando para atendê-las. Este primeiro passo foi importante para saber o que precisamos fazer para apoiar os quilombos”, disse a secretária.

A grife Gbogboaso pode ser contactada através do Instagram @gbogboaso.
 
Grife quilombola mageense Gbogboaso. - Divulgação/Eduardo Campos.
Grife quilombola mageense Gbogboaso.Divulgação/Eduardo Campos.
 
Grife quilombola mageense Gbogboaso. - Divulgação/Eduardo Campos.
Grife quilombola mageense Gbogboaso.Divulgação/Eduardo Campos.
 
Grife quilombola mageense Gbogboaso. - Divulgação/Eduardo Campos.
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