Magé - Importante personagem da História de Magé, a líder quilombola Maria Conga foi homenageada, neste domingo (28/11), com um busto no Píer da Piedade, um dos pontos turísticos mais frequentados da cidade. A inauguração ocorreu durante o evento Arte na Praça e se deu como iniciativa das secretarias municipais de Governo, de Esporte e de Comunicação e Eventos. “Ao longo deste mês, a Prefeitura, por meio das diversas secretarias, realizou várias celebrações para comemorar o Mês da Consciência Negra. Estamos finalizando as comemorações, deixando a data marcada para sempre no calendário do município”, declarou o secretário de Comunicação, Bruno Lourenço.
O secretário de Esporte, Turismo, Lazer e Terceira Idade, Geilton Câmara aproveitou para fazer um balanço do projeto Arte na Praça. “Hoje, é uma edição especial por conta da Consciência Negra, com atividades típicas como a capoeira, o artesanato e a culinária da comunidade negra. No geral, o projeto tem sido muito legal, chamando atenção de moradores e turistas”, comentou, revelando que foi a primeira vez que o evento aconteceu na Piedade. Segundo o secretário, haverá ainda uma edição natalina em Pau Grande.
Joceval Caetano, de 39 anos, representante da Coordenadoria da Igualdade Racial de Magé, esteve presente no evento acompanhado de Crisvane Machado, 38, para ver o busto de Maria Conga. “É muito importante que esse reconhecimento não aconteça apenas hoje. Precisamos reverenciar nomes da cultura diariamente”, frisou Joceval. “É muito bom que Magé esteja dando a uma líder do quilombo uma homenagem”, acrescentou Crisvane. Moradora de um dos três quilombos da cidade, a técnica em Enfermagem Valdirene Couto Raimundo, 45, foi a responsável por servir a feijoada. “A comida também é um símbolo muito forte da nossa cultura”, destacou.
Maria Conga
Realizado pela artista Cristina Febrone, o busto de Maria Conga foi apresentado à população com uma placa que conta a história da líder guerreira que veio escravizada do Congo e lutou pela libertação do povo negro no Brasil. Nascida em 1792, filha de um rei africano, foi retirada da sua terra em um navio negreiro que a trouxe para a Bahia, por volta de 1804. Aos 18 anos, Maria teria sido vendida a um senhor de engenho de Magé e, aos 24 anos, novamente comercializada para um conde. Conquistou a alforria aos 35 anos e fundou o quilombo Maria Conga na cidade, para proteger e cuidar dos negros que fugiam dos açoites nas senzalas.
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