Pesquisadores coletam amostras para estudar diversidade de manguezal em Magé.Divulgação.

Magé - A diversidade genética de três tipos de plantas de manguezais encontradas em Magé está sendo estudada por pesquisadores. Há cerca de um ano, o mestrando da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ) Alan Andrade dos Santos e sua orientadora, a bióloga Catarina da Fonseca Lira, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, vêm regularmente à cidade para medir, coletar amostras e mensurar o aumento do número de espécies de mangues branco, negro e vermelho. A pesquisa tem recebido todo o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que vem auxiliando os estudiosos em suas incursões no Parque Natural Barão de Mauá, no quinto distrito.
O secretário de Meio Ambiente, Sílvio Furtado, faz questão de lembrar que os pesquisadores são bem-vindos ao município: “Quando a nova sede do parque estiver pronta, eles terão alojamento e laboratório à disposição. Além disso, vão poder desfrutar de 1 km de rampas suspensas para caminhada no manguezal e observatório de aves”. Ele conta que, só na unidade de conservação de Mauá, há estudos sendo desenvolvidos por outras instituições, como a Uni-Rio, a UFRJ, o IFRJ e a UFF. Diretor do parque, Adeimantos Carlos da Silva explica que a Prefeitura disponibiliza um técnico para acompanhar os pesquisadores em campo.
Ele também lembra que o interesse do Jardim Botânico do Rio pelo manguezal em Magé se deu a partir do aparecimento dos primeiros resultados do reflorestamento que vem sendo feito há anos.
Mestrado
Mesmo com todo o histórico de poluição da Baía de Guanabara, o manguezal do Parque Barão de Mauá parece estar se desenvolvendo e crescendo bem. Essa é a percepção do mestrando Alan Andrade que tem estudado espécies de mangue da região. Ele e a orientadora Catarina estão coletando amostras – serão 240 no total – e medindo a altura e o diâmetro das plantas do manguezal em 60 parcelas (áreas) de 100 m2. O que eles querem com o estudo é entender a diversidade genética do local e definir se a chegada de novos indivíduos (exemplares) no mangue se deve a sementes trazidas pela maré ou por polinização.

Alan também diz que conhecer essa diversidade pode ajudar o local a sobreviver a casos extremos, como os de derramamento de óleo na Baía de Guanabara. “Apesar de ainda não termos os resultados das nossas coletas, posso dizer que, mesmo com o lixo e a poluição, vejo coisas positivas. Há muito mais plantas em crescimento do que havia anos atrás, quando fiz outra pesquisa no parque”, comenta a professora Catarina. Ela e o aluno ficarão mais quatro meses em campo. As amostras coletadas estão sendo levadas para análise no Laboratório de Biologia Molecular do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio.