Maricá vai fabricar ônibus híbridos, movidos a eletricidade, a hidrogênio e a etanol. A iniciativa, inédita em gestão pública no país, permitirá ao município receber royalties pela propriedade da patente tecnológica, desenvolvida a partir de parceria com a COPPE/UFRJ. Produzidos com energia limpa, os veículos serão colocados em circulação, aos poucos, renovando a frota do Tarifa Zero.
A apresentação do protótipo com carbono zero à população aconteceu na Praça Orlando de Barros Pimentel (Centro) durante o aniversário de Maricá, em 26/05, com direito ao "rolezinho da sustentabilidade", com o coletivo circulando pelas ruas. No dia seguinte, ele ficou estacionado na Rodoviária de Maricá, para visitação e explicação técnica.
"O desenvolvimento dos ônibus é um marco na construção de uma Maricá do presente, que dialoga com perspectivas de futuro. Estamos trabalhando para assegurar novas oportunidades para a cidade e reforçar políticas de mobilidade urbana inovadoras, marca do município ao longo da última década", explicou o prefeito Fabiano Horta na ocasião.
O ônibus híbrido não polui o ambiente e tem maior aproveitamento de energia produzida em comparação com os usuais veículos que fazem combustão interna e usam apenas 15% do potencial energético do combustível. Além disso, a iniciativa vai gerar recursos financeiros para Maricá com royalties e vendas futuras. Afinal, o projeto envolve três estruturas da Prefeitura: a Secretaria de Desenvolvimento Econômico; o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) e a Empresa Pública de Transportes (EPT).
Os veículos serão elétricos e parte deles poderá usar hidrogênio e etanol como combustível – motivo pelo qual são considerados híbridos. Após os testes, que devem durar 2 anos, Maricá vai escolher o modelo de ônibus a ser adotado no processo de descarbonização da frota municipal: se apenas elétrico ou híbrido, ou com ambos em circulação.
Fundo Soberano chaga a 1 bilhão de reais
O Fundo Soberano de Maricá, uma poupança mensal criada a partir da arrecadação dos royalties do petróleo, chegou a R$ 1 bilhão. O valor foi alcançado com os últimos rendimentos obtidos nas aplicações dos fundos públicos de investimento do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e a previsão é de que o saldo dobre, chegando a cerca de R$ 2 bilhões até 2024.
"Somos o primeiro município do Brasil a ultrapassar a barreira de R$ 1 bilhão de recursos poupados, que vai garantir para as futuras gerações os projetos e políticas públicas que temos atualmente, caso a exploração do petróleo acabe. Isso é uma coisa que muito nos orgulha enquanto governo e comprova a nossa preocupação em retornar para a população o que a cidade arrecada", diz o secretário de Planejamento, Orçamento e Fazenda, Leonardo Alves.
Criado pela Prefeitura há quatro anos, o Fundo Soberano recebeu seu primeiro aporte de R$ 30 milhões em 2018. O percentual varia de acordo com a arrecadação. Os repasses ao fundo são oriundos do recebimento mensal dos royalties (R$ 100 milhões, hoje) e da participação especial dos municípios, que ocorre de forma trimestral (R$ 530 milhões por período).
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