A atual bula do imunizante não recomenda a aplicação em grávidas sem orientação médica individual.
A atual bula do imunizante não recomenda a aplicação em grávidas sem orientação médica individual. AFP
Por AFP
A vacina anticovid da AstraZeneca é 76% eficaz contra as formas sintomáticas da doença, anunciou o laboratório anglo-sueco em comunicado nesta quarta-feira (24), após atualizar dados de um ensaio clínico realizado nos Estados Unidos, Peru e Chile. Os resultados da análise primária dos ensaios de fase III da vacina nos Estados Unidos "confirmaram que (sua) eficácia era consistente com os dados anunciados na segunda-feira", disse a AstraZeneca em sua nota.
O laboratório também indicou que a eficácia de sua vacina era de 100% na prevenção de casos graves de covid-19, número semelhante ao anunciado anteriormente. A AstraZeneca se comprometeu na terça-feira (23) a fornecer dados recentes dentro de 48 horas ao regulador dos EUA que supervisiona esses estudos clínicos, que criticou os dados potencialmente "desatualizados" de sua vacina anticovid, anunciada anteriormente tendo 79% de eficácia na prevenção de casos sintomáticos.
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Usada por muitos países, incluindo a União Europeia, a vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford ainda não foi aprovada nos Estados Unidos, onde as autoridades solicitaram mais dados sobre os ensaios de fase III conduzidos em seu território. Após a publicação dos resultados desses testes na segunda-feira (22), o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), que supervisiona os testes clínicos de vacinas nos Estados Unidos, expressou "preocupação" de que o laboratório pudesse ter usado informações desatualizadas em seus ensaios.
Isso poderia, de acordo com o NIAID, levar a uma "estimativa incompleta da eficácia" da vacina. No âmbito da operação "Warp Speed", lançada na primavera de 2020 pela administração Trump para apoiar o desenvolvimento de uma vacina contra covid-19, um pedido de compra de 300 milhões de doses foi entregue à AstraZeneca, muito mais alto do que os pedidos inicialmente feitos para Pfizer/BioNTech, Moderna ou Johnson & Johnson (100 milhões cada), as três vacinas atualmente licenciadas nos Estados Unidos.
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Novos contratos foram feitos a partir daí para que os Estados Unidos recebam doses suficientes das três vacinas para imunizar todos os adultos do país até o final de maio, prometeu o governo do presidente Joe Biden. Neste mês, vários países suspenderam o uso da vacina AstraZeneca por medo de que ela causasse coágulos sanguíneos, às vezes fatais. Na última quinta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) considerou, porém, a vacina "segura e eficaz" e seu uso foi retomado em alguns países.