Os atletas brilharam na Divulgação/ 1ª Copa Shihan Antônio VieiraDivulgação / PMN

Nilópolis - Duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Os alunos da Casa da Luta Nilopolitana voltaram para Nilópolis alegres com a conquista do pódio na 1ª Copa Shihan Antonio Vieira, a seletiva do Brasileiro Regional de Judô, promovida na Vila Olímpica de Duque de Caxias, no último domingo (15/05). Francisca, Emanuelle, Gabriela, Marcos e Alessandro são treinados pela professora Carolina da Silva Aires e apresentaram esses resultados em seis meses.
A participação no campeonato só foi possível porque a Casa da Luta se associou à Federação de Judô Social do Estado do Rio de Janeiro, presidida pelo sensei Eduardo Duarte. “Os altos custos de inscrição, em várias situações, impedem a participação de praticantes de projetos sociais, como o da Casa da Luta. A partir do momento que eles se tornam federados, o valor da matrícula fica mais acessível”, explicou o mestre. 
Na quinta-feira (19/05), os alunos estavam de volta às aulas na Casa da Luta, que fica ao lado do CIEP Stella de Queiroz, no bairro Frigorífico. Carolina Aires, também chamada carinhosamente de Carol, afirmou que um grupo treina de manhã e outro à tarde. ‘’Iniciei em dezembro do ano passado como auxiliar do antigo professor e assumi o ensino da turma em janeiro. De manhã tenho 16 alunos e, à tarde, são 20 alunos”, contou ela, faixa marrom, que é supervisionada pelo mestre Fábio Barros, o Fábio Mancha. Ela mesma foi medalhista de ouro na categoria sênior.
O sensei Gessé Cintra, coordenador da entidade, avaliou como um resultado altamente positivo todo o esforço que têm empreendido para consolidar o trabalho de artes marciais no local - Divulgação / PMN
O sensei Gessé Cintra, coordenador da entidade, avaliou como um resultado altamente positivo todo o esforço que têm empreendido para consolidar o trabalho de artes marciais no localDivulgação / PMN
Moradora do centro de Nilópolis, a tímida Francisca Roberta, 10 anos, se transforma quando está no tatame. Competiu com adversários de mais peso e venceu a todos em sua primeira disputa. Ela estuda o 5º ano na E. M. Jorge Jarjous e a mãe, a fotógrafa Sônia Ximenes, costuma levá-la para as aulas. “ Fiquei muito feliz ao ganhar a medalha de ouro e a minha mãe também”, garantiu.

“Eu achei que estivesse perdendo e não ganhando”, disse Emanuelle Ferreira, 13 anos, medalhista de ouro, aluna do 8º ano da aluna da Escola Edyr Ribeiro e moradora do bairro Novo Horizonte. Ela começou a treinar no espaço há dois meses. Sua mãe Ana e o irmão Jadiel estavam na arquibancada vendo a aula. “Emanuelle sempre foi apaixonada por esportes, mas foi aqui na Casa da Luta, juntamente com a professora Carol, que ela descobriu onde queria ficar”, salientou Ana.
Gabriela Moura, 11 anos, e Alessandro Resende, 10 anos, conquistaram medalhas de prata. A menina antes praticava muay thay e agora trocou de arte marcial. Alessandro estava sendo acompanhado na arquibancada pela tia Aline, microempreendedora que mora em São João de Meriti, e a avó Antônia Maria, de 78 anos. Aline costuma levar o sobrinho para o treinamento. Segundo Aline, o menino foi inspirado por dois parentes.

Estudante do 4º período de Direito, Marcos Estevão, 19 anos, está há apenas quatro semanas nas aulas de judô. Ex-praticante de jiu jitsu, quis pegar mais técnica de luta em pé e, por isso, começou a praticar o judô. ‘Acabei sendo coagido pela Carol e me identifiquei com o judô’, brincou o morador do bairro Nossa Senhora de Fátima que levou para casa uma medalha de bronze.

A Casa da Luta levou sete representantes para a competição, que contou com 132 inscritos. Foram nove equipes incluindo também a Região Serrana, Belford Roxo e Caxias. A instrutora Carolina Aires salientou que a instituição busca unir a performance no esporte ao desempenho na escola. “ Exigimos o boletim e pedimos que os pais sempre digam como eles estão em casa. Para sempre tentar unificar tudo”, ressaltou.
O sensei Gessé Cintra, coordenador da entidade, avaliou como um resultado altamente positivo todo o esforço que têm empreendido para consolidar o trabalho de artes marciais no local. “Esse campeonato em Caxias foi o encontro das águas e uma homenagem merecida ao grande mestre Antonio Vieira”, observou ele, que conta agora com a colaboração da psicanalista Nita Raposo. Ela atende os alunos, principalmente antes das lutas, para prepará-los psicologicamente para as disputas e também ajudá-los em outras áreas da vida.