O Projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente de Niterói, chegou à praia de Itacoatiara, Região Oceânica da cidade. Doze voluntários trabalham na limpeza da restinga, com a retirada de lixo e posteriormente das plantas invasoras. Ao todo, serão recuperados 2,60 hectares. O projeto tem como objetivo o reflorestamento de áreas essenciais para os ecossistemas em torno da Mata Atlântica no município.
A fase de plantio das espécies nativas começará em breve. Além do trabalho de voluntários, uma empresa atuará próximo ao Costão e ao Clube Pampo. A contratação é necessária porque nessas áreas o trabalho de remoção de espécies invasoras, que adensam a restinga, é complexo e precisa de mão de obra e equipamentos especializados.
Esse trabalho complexo de remoção exige tempo de execução e logística adequada para não afetar as espécies nativas consolidadas. Também permitirá resultados mais rápidos que se traduzirão em implantação, expansão e recomposição da restinga, garantindo o perfeito equilíbrio dos ecossistemas.
Simultaneamente, o trabalho de recuperação da restinga de Camboinhas, iniciado em 2021, continua. Lá já foram plantadas cerca de 2,5 mil mudas. Também foi implantado o conceito de Economia Circular, em que há o reaproveitamento de resíduos, o que também torna o projeto uma iniciativa sustentável. As plantas invasoras passam por um processo de trituração e, após compostagem, são transformadas em adubo para o plantio de espécies originais da restinga. No ano passado, 150 metros cúbicos de espécies exóticas foram reaproveitados.
“Esse projeto é estratégico para o nosso município porque irá reflorestar áreas de vegetação de restinga essenciais para os ecossistemas em torno da Mata Atlântica. O trabalho dos jovens voluntários é importante para o sucesso do programa, ao mesmo tempo que promovemos a inclusão social e a consciência ambiental das comunidades envolvidas. Chegar a Itacoatiara era nossa meta para este ano, ao mesmo tempo que continuamos o trabalho em Camboinhas”, explicou o secretário de Meio Ambiente, Rafael Robertson.
O projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social teve início em 2019, com investimento de R$ 2,9 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e tem duração de quatro anos. O objetivo do programa é recuperar um total de 203,1 hectares de diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica.
“Conseguimos alcançar as metas no ano passado e este ano o projeto será desenvolvido também em outras frentes, como manguezais e ilhas. Começamos o trabalho em Itacoatiara, que tem uma restinga importante para o equilíbrio ambiental local. Estamos avançando com o programa, que integra um conjunto de iniciativas do governo municipal para ampliar o percentual de áreas verdes protegidas em Niterói”, disse o subsecretário de Sustentabilidade, Allan Cruz.
Lagoa de Itaipu, manguezais e ilhas – Além de Itacoatiara, o Projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social também vai atuar nas ilhas Pai, Mãe e Menina, localizadas a cerca de 2 quilômetros da praia de Itaipu e que integram o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset).
Este ano, a meta é fazer o diagnóstico da vegetação das três ilhas e iniciar a restauração na Ilha Menina, que vai contar com a assessoria técnica do Departamento de Biologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC).
O reflorestamento com espécies nativas também irá contemplar áreas no entorno da Lagoa de Itaipu e manguezais.
Reflorestamento no Parnit – Paralelamente à restauração das restingas, o projeto também contempla o reflorestamento do entorno e vales centrais do Parque da Cidade, sede do Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit).
Desde agosto do ano passado, voluntários já lançaram aproximadamente 340 mil sementes de palmeira juçara e plantaram 350 mudas da espécie, numa área total de cerca de 40 hectares.
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