Rio - A Operação Puris, desencadeada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas com base em Resende, no Sul do Estado, conseguiu prender 22 acusados até o meio-dia desta quinta-feira. Para os policiais, o inusitado da quadrilha é que, um dos chefes, "Adilson Paulista", conseguia vender drogas e armas para facções criminosas rivais do Rio. A ação visa cumpirir 51 mandados de prisão, sendo que 18 dos criminosos já estão presos.
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Apesar do acesso do criminosos nas duas facções, existe rivalidade entre os bandidos de quadrilhas diferentes e isso chamou a atenção dos policiais. O número de mortes, por assassinato, ligados ao tráfico de drogas em Resende e em outras cidades do Sul do Estado, deixou o rastro que levou os investigadores até os chefões. Arnaldo Dias, o Nadinho, e Rafael Santos Neves, dois outros cabeças da organização, presos no Rio, comandavam a distribuição para as favelas.
Já Anderson Roberto Santos Freire, conhecido como Mendigo, solto no dia 17 de abril, seria o chefe do Terceiro Comando Puro, e que estaria travando a guerra pelos pontos de drogas da região.
Na distribuição da drogas, "mulas" saiam de favelas do Rio de Janeiro, levando drogas, de ônibus, para o interior. E, do interior, outros mensageiros traziam drogas para outras capitais - como São Paulo e Minas Gerais. Menores eram usadas - duas delas já foram detidas transportando drogas - e mulheres.
Na Operação Puris, muitos dos envolvidos - mesmo os que já estavam presos - serão enviados para cadeias de segurança máxima em outros estados. A Justiça já acatou pedido das autoridades de segurança para as transferências. Agentes ainda estão nas ruas a procura de outros 10 acusados, que podem ser presos nas próximas horas. Houve também apreensões de drogas, armas, munição e dinheiro. "Ainda é cedo para calcular o montante em dinheiro que foi movimentado pela quadrilha", disse o delegado Elias Escobar, da Delegacia da PF em Volta Redonda.
Segundo informações iniciais da Polícia Militar, os grupos citados estariam ligados com a prática de diversos crimes como tráfico de drogas, de armas, lavagem de dinheiro e homicídios. Eles atuam em comunidades de Resende como Grande Alegria, Grande Paraiso-Cabral, Grande Alvorada-Liberdade e Grande Vincentina/Alto dos Passos. E nas comunidades da Água Limpa e Morro da Conquista, em Volta Redonda. Favelas da capital fluminense, como como Parque União e Nova Holanda, ambas no Complexo da Maré, que está ocupado pela Força de Segurança desde março, também receberiam remessas de drogas vindas de locais comandadas pelo Comando Vermelho na Região Sul Fluminense.