Rio - Agentes da Divisão de Homicídios decidiram adiar mais uma vez a reprodução simulada do caso DG. A ação seria realizada nesta quinta-feira por volta das 14h, de acordo com a assessoria da Polícia Civil, ainda não há uma nova data definida. O dançarino do programa 'Esquenta' Douglas Rafael da Silva Pereira foi encontrado morto na comunidade Pavã-Pavãozinho no último dia 22.
Os agentes decidiram, em assembleia, estender a paralisação por mais 24h. A greve teve início nesta quarta-feira. O governador Luiz Fernando Pezão se reuniu com os líderes do movimento grevista pela manhã.
De acordo com a Polícia Civil, a reconstituição, marcada inicialmente para ocorrer hoje na comunidade com a presença da Divisão de Homicídios, será realizada às 14h desta quinta-feira.
Policiais civis ignoram manifestação
A manifestação dos policiais civis agendada para a manhã desta quarta-feira, em frente à Chefia de Polícia, na Região Central do Rio, praticamente não teve nenhuma adesão dos agentes que fazem uma paralisação de 24h. Um policial que esteve no local afirmou que o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), responsável pela manifestação, não representa a categoria e o presidente do sindicato, Fernando Bandeira reconheceu a pequena adesão do protesto.
"Nesse momento estamos unidos. Os rodoviários também têm divergências. Nosso sindicato pode ter menos representação, mas estamos engajados na luta".
Há um racha entre a Sinpol e o Sindicato dos Policiais Civis do Rio (Sindpol), que marcou uma manifestação também nesta quarta, às 14h, na Cidade da Polícia, no Jacaré, e deve uma maior participação dos agentes.
Chefia de Polícia Civil monitora delegacias
A Chefia de Polícia Civil emitiu uma nota oficial nesta quarta, onde afirma que está negociando com os agentes que realizam a paralisação. Na nota a instituição garante que vem monitorando o funcionamentos das delegacias do Estado e lembra que a população pode pré-agendar o registro de ocorrência pela internet, pelo site www.policiacivil.rj.gov.br.
Entenda o caso DG
O dançarino do programa 'Esquenta' Douglas Rafael da Silva Pereira foi encontrado morto com um tiro na altura da lombar nos fundos de uma creche no dia 22 de abril. A morte de DG provocou revolta entre moradores do morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul da cidade. Eles fizeram barricadas nas ruas e incendiaram veículos. Vias próximas ao acesso à favela foram fechadas, incluindo o Túnel Sá Freire Alvim. No tumulto, Edílson da Silva dos Santos, de 27 anos, foi atingido por um tiro no rosto e morreu.
A primeira análise da perícia da Polícia Civil apontou que o rapaz teria morrido em decorrência de uma queda, mas um novo laudo acabou apontando a morte em razão de um projétil de arma de fogo. A mãe de DG acredita que o rapaz foi morto pela polícia ao ser confundido com um criminoso.
O caso ganhou repercussão internacional, sendo destaque nos onlines do The New York Times, The Guardian e CNN, dentre outros. A apresentadora do 'Esquenta', Regina Casé, fez uma edição especial do programa em homenagem ao dançarino. Nas redes sociais, as opiniões se dividiram: parte das pessoas prestaram solidariedade ao programa, mas outra acusou a apresentadora de demagogia e sensacionalismo.