Por adriano.araujo, adriano.araujo
Pedreiro Amarildo sumiu em julho de 2013%3A corpo nunca apareceuReprodução

Rio - Um novo laudo confirmou que a voz do suposto traficante assumindo a morte de Amarildo de Souza, desaparecido desde julho do ano passado, na Rocinha, na verdade é do soldado Marlon Campos Reis, da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade. Ele é réu no processo que apura o sumiço e morte do pedreiro.

O laudo reforça as provas apresentadas pelo Ministério Público do Rio e coincide com resultado do parecer técnico realizado anteriormente pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP. Na época, um laudo da Polícia Civil também descartou a hipótese da voz ser do traficantes. 

De acordo com a investigação, o PM fez a ligação sabendo que estava sendo gravado, já que anteriormente havia ligado para um outro policial que estava sendo grampeado por determinação judicial. O celular usado para fazer o telefonema se passando pelo traficante Thiago da Silva Neris, o Catatau, foi apreendido durante a operação Paz Armada, mas não contabilizado como apreensão.

Outro dado que vai contra o soldado é que a chamada não foi feita da Rocinha e sim do bairro de Higienópolis, na Zona Norte, onde também foi descoberto que era onde Marlon estava no momento da ligação acompanhado de um outro soldado Vital, também denunciado no caso.

Testemunha que recebeu dinheiro para mentir está desaparecida
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Segundo o Ministério Público, uma das testemunhas que recebeu dinheiro para mentir durante o depoimento dizendo que Amarildo tinha sido assassinado está desaparecida desde agosto.
A mulher seria uma das duas pessoas corrompidas pelo major Edson dos Santos, então comandante da UPP da Rocinha, pelo tenente Luiz Felipe Medeiros, subcomandante, e os soldados Newland de Oliveira e Silva Júnior e Bruno Medeiros Athanasio. O filho dela também mentiu durante depoimento.
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Conforme a coluna Justiça e Cidadania adiantou nesta quarta-feira, os quatro foram denunciados por corrupção de testemunhas. Ainda segundo o blog a denúncia foi assinada pelo promotor Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, que atua junto à Auditoria de Justiça Militar, e as promotoras Isabella Pena Lucas e Carmen Eliza Bastos, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
No documento ao qual O DIA teve acesso com exclusividade, os promotores relatam que o grupo pagou R$ 850 em dinheiro para uma testemunha afirmar no MP e na Divisão de Homicídios que Amarildo fora assassinado pelo traficante conhecido como Catatau. O dinheiro era para pagar aluguel de casa fora da Rocinha.
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