Por nicolas.satriano

Rio -  A contraproposta de reajuste da Prefeitura do Rio foi rejeitada e os garis decidiram, no fim da tarde desta sexta-feira, que continuarão em greve. Uma comissão que representava os profissionais composta por dez funcionários, o presidente do Sindicato dos Garis e o presidente da Comlurb, Vinícius Roriz, esteve com a júiza do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) Ana Maria de Moraes e representantes do governo municipal no TRT. A prefeitura ofereceu 7,7% de reajuste e a magistrada determinou que 75% da classe voltasse a trabalhar. Negado o acordo, a juíza decidiu que por cada dia de greve ilegal a categoria seria multada em R$ 100 mil. 

Com o início da greve, à 0h desta sexta-feira, a Prefeitura do Rio organizou um plano de contingência que priorizasse a coleta doméstica. Com isso, a varrição das ruas fica em segundo plano. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a presença de uma escolta junto aos garis também faz parte do plano, para garantir os trabalhos.

Garis fazem manifestação em frente ao prédio da Prefeitura do Rio

Garis decidem por continuar greve, apesar de determinação de juíza do TRTFoto%3A Fabio Gonçalves / Agência O Dia

"Nossa prioridade sempre é a coleta familiar, os resíduos dos lares e dos trabalhos. O que a gente pede é que as pessoas colaborem nesses dias e que procurem aquilo que deveriam fazer sempre. Que cuidem das ruas e não joguem lixo. Não vamos priorizar a varredura. E mesmo aquele lixo residencial, para ficar atento ao horário em que o gari vai passar", declarou Paes durante a inauguração de empreendimento imobiliário na Região Portuária, nesta sexta-feira.

O Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação decidiu pela paralisação nesta quinta-feira, depois de a Comlurb oferecer um aumento salarial de 3%. A categoria pede 47,7%, além de um reajuste no vale-alimentação de R$ 20 para R$ 27 por dia. Para o prefeito Eduardo Paes, o valor é alto. Ele lembra ainda a decretação da ilegalidade da greve pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Coleta doméstica será prioridade durante a greve dos garis, diz prefeitura

Paes disse ainda que "foi pego de surpresa pela greve": "A gente foi surpreendido. Março é o mês do dissídio, estamos em uma discussão. Foi feita uma proposta, muito alta, a gente fez uma contra proposta. Então fomos surpreendidos ontem com a declaração de greve. Sabíamos de uma Assembleia e poderia acontecer isso, mas a partir de domingo. Então estamos já com o plano de contingência implementado", afirmou o prefeito, declarando que está aberto para negociação.

"Estamos pedindo aos garis, como a greve já foi declarada ilegal ontem, porque nem a premissa se respeitou, que voltem ao trabalho porque a prefeitura está aberta para discussão. Estava e está negociando e vai continuar negociando", disse Paes, afirmando que o país está em momento de crise e lembrando os trabalhadores do Comperj:

Caminhões da Comlurb são escoltados para garantir recolhimento do lixo acumulado nas ruasFoto%3A Fabio Gonçalves / Agência O Dia

"As pessoas estão sendo demitidas. Se eu chegar lá no Comperj hoje e colocar uma barraquinha e dizer 'olha, por favor, eu preciso de garis emergenciais no Rio', vou trazer 18 mil garis para cá e pessoas para ajudar. Em um momento de redução fiscal, a prefeitura do Rio não está deixando de pagar ninguém, nem fornecedor, nem folha de salário, não está atrasando nada e nem cortando investimentos, mas é obvio que não se vive em uma situação de conforto fiscal. E é uma categoria que ganhou no ano passado 40% de aumento", discursou o prefeito.

GALERIA: Caminhões da Comlurb são escoltados para garantir recolhimento do lixo

Com a paralisação dos garis, desde a 0h desta sexta-feira, o lixo já se acumula nas ruas da cidade. Com o plano de contigência, funcionários terceirizados da 5ª Gerência de Conservação, no Maracanã, foram convocados para trabalhar na retirada dos lixos das ruas, pois não há garis.

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