Rio - Policiais da 22ª DP (Penha) prenderam bandidos apontados como responsáveis por ataques sofridos por policiais das UPPs do Parque Proletário e Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na Zona Norte. Durante a operação desta quarta-feira, 17 pessoas foram presas, 12 em cumprimento a mandados de prisão e cinco em flagrante.
A maioria dos presos são da confiança de Paulo Ricardo da Silva, o Polho, que assumiu o tráfico no Complexo da Penha após a prisão de Piná, em abril do ano passado, na Região dos Lagos. Oito são responsáveis diretamente por ataques às UPPs. Eles fazem parte do grupo que tentou executar o policial David Fernandes, que levou 12 tiros no abdômen, dois na cabeça de raspão, um no braço e um na perna, em fevereiro. Apesar da grande quantidade de tiros, ele está se recuperando. Dois acusados do ataque já haviam sido presos anteriormente e dois ainda estão foragidos. A polícia acredita que estas prisões vão diminuir o número de ataques às UPPs. Polho continua foragido.

Investigação começou há sete meses e o delegado Reginaldo Guilherme, titular da 22ª DP, disse que pedirá à Justiça outros mandados de prisão temporários contra criminosos da região.
Ataque com pistola que dá 16 tiros em poucos segundos
De acordo com o delegado , os bandidos estão adotando pistolas com o chamado kit rajada, que transforma a arma semiautomática em automática e dá 16 tiros em poucos segundos, aumentando o poder de ataque contra os policiais das UPPs.
"Os criminosos se posicionam nos becos, esperam os policiais passarem e só colocam as mãos para fora e fazem o ataque com a pistola de rajada. O curioso é que antes eles atiravam com uma única rajada e recuavam. Agora eles sustentam os disparos", disse Reinaldo Guilherme.

Duas destas pistolas foram apreendidas durante a operação, um de fabricação israelense e outra argentina, cada uma avaliada em R$ 10 mil. Também foram apreendidos cinco quilos de pasta base de cocaína, que misturada rende até 13 kg da droga. Cada quilo da substância pura vale de R$ 15 a R$ 20 mil.
A operação reuniu 200 policiais civis e mais 100 policiais militares. A polícia foi recebida a tiros, mas não revidou.