Por felipe.martins

Rio - Em mais um exemplo de descaso com o dinheiro público, a Assembleia Legislativa do Rio mantém 23 carros sucateados, datados de 1981 a 2006. Grande parte é de modelos que já foram utilizados como carros oficiais pelos deputados da Casa, mas que foram substituídos por marcas mais modernas — e esquecidos. Entre os veículos, estão 14 modelos Gol , de 1996 até 2003, dois Santanas de 2006, uma Parati de 2004, um Saveiro de 1994, dois ônibus, de 2003 e 2006 2006, uma pick-up de 1981 e um reboque de 1987.

A frota está abandonada e com documentos vencidos, em dois depósitos da Assembleia, em São Cristóvão e Niterói. A Alerj tentou por duas vezes, no ano passado, se livrar das sucatas, mas não apareceu ninguém interessado em comprá-las. O valor pedido em novembro pela frota deteriorada foi de R$ 351 mil, mas o pregão foi considerado ‘deserto’.

Parte da frota está em um depósito em São Cristóvão. Entre os 23 veículos%2C boa parte deles sucateados%2C há carros de passeio%2C além de dois ônibus%2C uma pick-up e um reboqueJoão Laet / Agência O Dia

As sucatas vão se juntar aos 78 modelos Bora Volkswagen, usados até o ano passado pelos deputados, na categoria de carros indesejados. Eles estavam sendo utilizados como carros reserva, foram rejeitados pelo atual presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), e agora esperam um novo destino.

Ontem, O DIA noticiou que a Alerj requisitou a compra de mais 20 carros da marca Nissan Sentra, motor 2.0, por R$ 1,2 milhão, para ficar de reserva. No ano passado, a Assembleia Legislativa havia comprado 70 Nissans, por R$ 4,8 milhões.

A assessoria de imprensa da Alerj informou que a nova direção da Casa, que assumiu neste ano, já tomou conhecimento do fato e está analisando a melhor forma de se resolver o espólio. Segundo o órgão, pode ser feito um novo leilão, com uma avaliação mais baixa do que a feita inicialmente. E também tomadas medidas para impedir que os atuais carros virem sucata.

Quanto à documentação pendente, a assessoria informou que a Alerj já tomou as devidas providências junto ao Detran para regularizar a situação. Já os modelos Bora, que datam de 2007 até 2010, devem ser leiloados ou doados a outras entidades públicas. Até agora, a Mesa Diretora da Casa só aprovou a doação de 16 deles.

Renovar para economizar

A Mesa Diretora da Alerj informou que a Casa iniciou o processo de renovação de sua frota ainda no ano de 2014, com a aquisição de 70 novos veículos (os Nissan Sentra). O órgão argumentou que constatou o número de 156 automóveis entre modelos Bora e Nissan compondo a frota da Casa. Com intuito de reduzir a frota e gerar economia com gastos de manutenção, decidiu se desfazer de todos os 66 veículos modelo Bora, via leilão ou cessão para entidades, “ao passo que requisitou, ainda com preço de 2014, 20 modelos Nissan Sentra a um valor de R$ 1,2 milhão.”

A Alerj comprou em março do ano passado 90 carros novos do modelo Nissan Sentra. Segundo a Mesa Diretora%2C os 20 últimos serão usados como reserva%2C em caso de panesAlexandre Brum / Agência O Dia

“Com isso haverá redução na frota de 156 para 90 veículos em 2015. Com o descarte dos Bora exclui-se também o contrato para aquisição de peças para manutenção deste modelo o que gerará uma economia de R$ 480mil por ano. Em quatro anos, a economia será de R$ 1, 9 milhão”, informou a nota.

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