Por clarissa.sardenberg

Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), declarou nesta terça-feira que o menor de 16 anos suspeito de matar a facadas o médico e ciclista Jaime Gold, de 57 anos, na Lagoa, na Zona Sul, tinha "certeza da impunidade". Paes afirmou que a família do menor identificado como H.A.S., morador do Complexo de Manguinhos, recebia assistência do Estado. Ele falou sobre o episódio em São Paulo, em um encontro com empresários sobre as Olimpíadas de 2016. Segundo o site da "Revista Veja", o prefeito também admitiu que o policiamento na Lagoa é falho.

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"O Brasil acostumou-se com o discurso de que tudo se justifica pelo problema social. A Lagoa Rodrigo de Freitas é bem iluminada, bem conservada, limpa, mas não tem policiamento. O que o sujeito tem é a certeza da impunidade", afirmou Eduardo Paes.

"Ele estava esfaqueando os outros. Como se trata um sujeito desses? Falta presença do Estado, de policiamento para esse moleque, que é um bandido, que estava roubando, estava esfaqueando os outros com um grau de violência assustador", completou.

Eduardo Paes declarou que menor sabia da impunidade e que sua família estava em programas sociaisAlexandre Vieira / Agência O Dia

Paes reiterou que o menor havia sido preso 13 vezes antes de atacar o ciclista e que sua família estava no programa Minha Casa, Minha Vida.

"A mãe dele tinha um apartamento do Minha Casa, Minha Vida. O moleque estudou a vida inteira em escola municipal, mas a mãe, que recebia o Bolsa Família, perdeu [o benefício] porque o menino deixou de frequentar a escola. Então, eu não acho que o Estado brasileiro estava totalmente ausente. Ele pode não ter sido efetivo, mas quando ele não é tão efetivo precisa de polícia para que o criminoso tenha certeza de que vai sofrer algum tipo de sanção", afirmou.

Eduardo Paes criticou a imagem que o setor empresarial brasileiro passou durante a Copa do Mundo. Será que ficamos marcados como uma republiqueta de bananas na qual todo mundo superfatura estádios e termina obras fora do prazo ou será que ficamos marcados como um país que constrói as coisas no prazo, com custos estabelecidos na origem?", questionou o prefeito.

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