Por paulo.gomes

Rio - 'Um milagre'. Assim resumiu o entregador Mauro Lopes de Araújo, de 44 anos, o fato de ter sobrevivido a explosão na madrugada desta segunda-feira, que atingiu mais de 40 imóveis em São Cristóvão, na Zona Norte. Ele afirmou que ficou aproximadamente 30 minutos debaixo dos escombros e foi liberado do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, somente com escoriações pelo corpo.

"Não deu para recuperar nada, nem documento. Mas pelo que foi, aconteceu um milagre de sair todo mundo vivo. Estavam todos em casa, nos quitinetes. Não tenho nem palavra, não iria sobrar ninguém", afirma o entregador, enquanto aguarda a liberação de seu pai, Manoel Lopes de Araújo, de 84 anos, que segue em observação no hospital, com um corte na cabeça.

Comerciantes e moradores do local tentam contabilizar os prejuízos com a explosãoLeitor Yano Maia / WhatsApp do DIA (98762-8248)

Morador da região há 14 anos, Valdecir Silva tenta contabilizar os prejuízos após a tragédia. Medicado também no Souza Aguiar, ele espera pela saída da esposa Ana Araújo e da filha, Beatriz Galdino de Araújo, de 9 anos. Além de residir no local, Valdecir tinha um restaurante e quitinetes que ele alugava. "Foi o pior susto da minha vida, mas já passou. Só que eu perdi tudo, de onde eu tirava o meu sustento, tanto no quitinete. quanto no restaurante", lamenta.

O Comandante do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, coronel Ronaldo Alcântara, afirmou que não há mais reclamações de parentes ou conhecidos sobre possíveis desaparecidos nos escombros do prédio que desabou em São Cristóvão.

"Não trabalhamos com a hipótese de ter mais alguém sob os escombros, porque não há reclamação nem de parentes nem de família, mas o protocolo a ser seguido é que a gente sempre leve em consideração a presença de outras pessoas e, por isso, vamos continuar o trabalho de resgate", diz.

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A explosão aconteceu por volta das 3h e muitos prédios foram muito atingidos. Na região do Largo da Cancela funciona a sede administrativa do Banco Itaú, com mais de dez andares, que teve as janelas totalmente destruídas pela explosão. O deslocamento de ar jogou embalagens de quentinhas que eram usadas na parte térrea do edifício, onde funcionava um restaurante, até o heliponto instalado no alto do edifício. Outras lojas comerciais próximas também foram bastante atingidas.

O Colégio Pedro II, que fica no Campo de São Cristóvão, está com as aulas prejudicadas nesta manhã, devido às interdições no trânsito. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil municipal informaram que os trabalhos de busca ainda vão demorar e não há previsão para a liberação do local. Três cães farejadores dos bombeiros trabalham nos escombros à procura de vítimas.

O Centro de Operações da prefeitura do Rio informou que segue interditado o trecho da Rua São Luiz Gonzaga, entre o Campo de São Cristóvão e o Largo da Cancela, para a ação do Corpo de Bombeiros. Há interdição também na Avenida do Exército, entre a Rua João Ricardo e o Campo de São Cristóvão.

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