Apenados trabalham no cultivo de mudas para recuperação da Mata Atlântica.Divulgação/CEDAE

A Cedae renovou por mais cinco anos o programa socioambiental Replantando Vida, realizado na Estação do Tratamento do Guandu, em Nova Iguaçu, e que une ações de sustentabilidade e ressocialização de apenados. Realizado em parceria com a Fundação Santa Cabrini (FSC), ele será estendido por mais cinco anos.
O programa, que já recebeu diversos prêmios na esfera ambiental, consiste na implementação de viveiros de espécies nativas da Mata Atlântica nas Estações de Tratamento, entre as quais a de Nova Iguaçu, e com capacidade de produzir 1,8 milhão de mudas por ano de 254 espécies, das quais 40 estão ameaçadas de extinção. As mudas cultivadas nos viveiros da Companhia são usadas na recuperação de matas ciliares e na preservação da Mata Atlântica. Somente em 2021, mais de 91 mil mudas foram distribuídas a projetos de reflorestamento em 44 municípios do Estado do Rio de Janeiro. Ao longo desses 20 anos, mais de 4 milhões de mudas foram produzidas
Todos os viveiros trabalham com a mão de obra de apenados dos regimes semiaberto, aberto e liberdade condicional. Além dos trabalhos ligados à área ambiental, os participantes desempenham também atividades como confecção de uniformes da companhia e máscaras de proteção contra a Covid-19; manutenção de áreas verdes e jardinagem; obras e reparos. Eles recebem remuneração pelo serviço prestado, auxílios transporte e alimentação, além do benefício de redução de um dia de pena a cada três trabalhados.
Desde sua criação, em 2001, mais de 6.000 pessoas já passaram pelo projeto, atualmente o maior empregador de mão de obra prisional do Brasil. Hoje há cerca de 600 egressos dos regimes semiaberto, aberto e liberdade condicional trabalhando em 42 municípios e 140 setores da Cedae. Com a extensão do mesmo, a previsão é a de que 1.500 vagas sejam abertas ao longo desse período.
Diretor-presidente da Cedae, Leonardo Soares afirma que a parceria bem-sucedida com a Santa Cabrini serve como incentivo para que outros órgãos, setores e empresas invistam em mão de obra apenada. Ele também destaca que o contrato segue preceitos da agenda ESG (social, ambiental e governança), prioridade para a Companhia
“O trabalho do Replantando Vida reforça os pilares social e ambiental. Temos como exemplo o projeto para recuperação da mata ciliar às margens dos rios que deságuam na Bacia do Guandu. Plantaremos 1 milhão de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica ao longo de cinco anos. Esses profissionais trabalham com uma entrega fantástica. São dedicados e assíduos. Hoje sabemos que 80% das pessoas que passam pelo programa Replantando Vida não reincidem no crime. Nosso objetivo não é só dar continuidade ao trabalho com a Fundação, mas também ampliá-lo para outros setores”, disse.