O Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), por meio da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), fez uma cerimônia de homenagem aos doadores e seus familiares. O evento foi realizado em celebração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado na última semana.
Baseada em uma mitologia japonesa, cada família foi convidada a pendurar o origami tsuru em uma árvore da vida, que simbolizava as doações de órgãos que foram autorizadas no HGNI.
“A árvore da vida faz parte de uma mitologia que diz que tudo está interligado, crescimento e renascimento. De acordo com a lenda, depois que a árvore tiver mil tsurus, você tem direito a um pedido e o nosso pedido é que mais nenhuma pessoa morra na lista de espera pela doação de órgãos”, explica a médica coordenadora da CIHDOTT, Roberta Carvalho.
Emoção, solidariedade e saudade foram alguns sentimentos que marcaram a tarde dos convidados. Há cerca de dois meses, a instrutora de autoescola Sara de Almeida Gomes, de 36 anos, optou pela doação de órgãos do irmão, que teve morte cerebral. Mesmo com a família sofrendo pela recente perda, ela conta que a possibilidade de ajudar quem está precisando foi um acalento neste momento difícil.
“Não é uma decisão fácil e a gente ainda sofre muito, mas alguns motivos nos reconfortam, como saber que pudemos ajudar outras famílias a terem finais felizes. É uma satisfação, pois sei que de alguma forma o meu irmão vai continuar vivo ajudando e outra pessoa”, conta emocionada.
Durante as homenagens, a equipe da CIHDOTT do HGNI confirmou que irá expandir as ações de captação de órgãos. Será criado um programa de estágio para 2023 e um de capacitação, batizado de Josi Costa, em homenagem a uma técnica de enfermagem do hospital que foi doadora de órgãos.
“Quero agradecer aos familiares pela conscientização e a equipe que está promovendo esse trabalho sobre a captação de órgãos. Ainda encontramos resistência por parte da população que está em um momento difícil de perda, mas esse sim pode ajudar a salvar inúmeras vidas de pessoas que aguardam na fila, que infelizmente só cresce”, destaca o diretor-geral do HGNI, Joé Sestello.
O HGNI faz uma avaliação criteriosa dos pacientes que têm critério de morte encefálica. Após todos os trâmites legais e a confirmação do diagnóstico, as famílias são acolhidas pela CIHDOTT, que explica sobre o direito que eles têm de optar pela doação. Se a resposta for positiva, uma equipe do Programa Estadual de Transplantes (PET-RJ) vai até a unidade para fazer a captação dos órgãos, que são encaminhados para pacientes que aguardam em fila única definida pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Já os tecidos vão para um banco de armazenamento para serem preparados e utilizados quando necessário.
Para ser doador de órgãos é importante a pessoa manifestar à família sobre o desejo de realizar a doação. Não é necessário deixar a vontade expressa em documentos ou cartórios, basta que sua família atenda ao seu pedido e autorize a doação de órgãos e tecidos.
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