Marcos Espínola
Marcos EspínolaDivulgação
Por Marcos Espínola*
Há um ano vivemos uma pandemia em escala mundial, a maior dos últimos 100 anos. Já são quase três milhões de mortes e se engana quem pensa que só o vírus causa esses óbitos e sofrimento. Sua propagação leva também a desdobramentos cruéis, como a falência de empresas, o desemprego e o principal deles, a fome, que também mata silenciosa e lentamente.
Obviamente, quem mais sente esses efeitos são os países mais pobres, porém, o Brasil que já foi a sétima economia do mundo, estando, atualmente, entre as 20 melhores, também amarga o drama de ter milhares de pessoas famintas. Com a pandemia sem controle, o país tem batido recordes de novos casos e de mortes a cada dia.
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O isolamento social é necessário, mas o povo, precisa ir para a rua trabalhar, ainda que informalmente. Mesmo estes estão sendo impactados pela drástica redução da circulação de pessoas. O quadro é caótico.
Recente levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que, em seis meses, o número de brasileiros que vivem na pobreza quase triplicou. O número de pobres saltou de 9,5 milhões em agosto de 2020 para mais de 27 milhões em fevereiro de 2021, ou seja, mais de 10% da população brasileira. Paralelamente, os preços dos alimentos dispararam, o que dificulta ainda mais a vida das famílias que mais precisam.
Literalmente está faltando comida na mesa. Tem muita gente com fome, crianças sem alimentação e Educação. E essas famílias não estão só nos rincões mais distantes desse país, pelo contrário, estamos falando de gente das grandes capitais também. Não só das comunidades, mesmo sendo estes moradores os mais atingidos, mas também de quem está no asfalto e vivia do seu pequeno comércio ou, como empreendedor individual, com sua barraca devidamente regular, mas que, agora, é impedido de trabalhar por conta das restrições necessárias para o controle da doença.
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A solução? Ninguém sabe com certeza, mas as restrições de circulação são inevitáveis, mas não podem ser únicas. Os governos, considerando as três esferas, precisam arcar com esse custeio. Estamos falando de uma crise sanitária, uma grave doença que só por aqui já matou mais de 330 mil pessoas.
É hora de remanejar o orçamento para o ano, esquecendo de eleições e obras eleitoreiras, destinando o dinheiro para o povo, salvando vidas e matando a fome. O auxílio emergencial é uma necessidade e precisa ser revisto e calculado de modo que se mantenha até a imunização ser ampla e eficaz. Prioridade é prioridade e saciar a fome é a primeira delas.
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*É advogado criminalista e especialista em Segurança Pública