A retomada foi uma das promessas de campanha do prefeito Eduardo Paes
A retomada foi uma das promessas de campanha do prefeito Eduardo PaesDivulgação/Prefeitura do Rio
Por Eduardo Paes*
Foi com espírito de renascimento que demos início a essa gestão. Herdar uma cidade em decomposição em meio a uma pandemia é uma missão desafiadora. Encaramos com coragem e pressa, porque o Rio pede urgência e a vida não pode esperar. Para a reconstrução não há mágica, há trabalho e empenho coletivo. Percebemos que cumprir os compromissos de campanha não era o suficiente diante do cenário de Economia devastada, cidade destruída e vidas abandonadas. Formamos então uma força tarefa pela reconstrução dessa cidade que é a nossa casa, e estamos há 100 dias de mangas arregaçadas.
Na Saúde, encontramos um quadro desolador: dispensa de milhares de profissionais em meio a uma pandemia, dezenas de leitos inoperantes por falta de pessoal, estoque de insumos e medicamentos em nível quase crítico, além de um galpão caro, precário e inoperante, qualificado como hospital de campanha para alojar as vítimas de covid-19. A Educação tinha uma dívida milionária com os fornecedores, as unidades estavam sem serviços básicos, sem falar na ausência de um plano para retomada das atividades presenciais.
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A má conservação da cidade era visível, não havia nem contratos para ações de combate às enchentes, por exemplo. A situação financeira também era trágica: uma dívida bilionária de salários atrasados, restos a pagar e ilegalidades nos contratos.
Diante dessa situação gravíssima, iniciamos uma corrida contra o tempo. Começamos pela Saúde, prioridade total no mundo inteiro, por causa da gravidade da pandemia de coronavírus. Recuperamos clínicas da família, garantimos o abastecimento de medicamentos e insumos e restauramos programas de Saúde abandonados, como o 'Cegonha Carioca'. Hoje, pouco tempo depois, chegamos a 14% dos cariocas vacinados, sendo 63% do nosso público prioritário, os idosos.
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Arrumar a casa e colocar as contas em dia também estiveram entre as nossas primeiras ações. Definimos um calendário de pagamento do 13º salário, deixado pelo governo anterior, e ainda tivemos que arcar com o pagamento de uma folha salarial em aberto. Na nossa gestão, o salário está em dia e os servidores já têm data para receber a primeira parcela do 13º salário deste ano.
A reconstrução da cidade também passa pela Educação das crianças que têm na escola um lugar de esperança, convivência e proteção. Investimos para que a volta às aulas se desse de forma segura, com um programa para recuperar o ano de 2020, que foi perdido. Acreditamos que as escolas devem ser as primeiras a abrir e as últimas a fechar durante a pandemia. Por isso, promovemos a inclusão digital, fundamental para a educação remota e seguimos. Mesmo assim, ainda há muito trabalho pela frente.
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A pandemia deixou ainda mais evidente a importância do transporte público e encaramos nestes 100 primeiros dias a questão mais urgente dessa área: o BRT. Foi necessário intervir para minimizar os problemas e começar a colocar o serviço para funcionar novamente. Sabemos que ainda vai demorar, mas estamos trabalhando para reorganizar a gestão do sistema.
O atendimento aos idosos e à população vulnerável também está entre nossas prioridades. Precisamos acolher e ampliamos as ações de inserção como o Auxílio Carioca. Investimos também no fortalecimento da diversidade, igualdade de gênero e inclusão de pessoas com deficiência. Criamos ações para ampliar as oportunidades entre os jovens periféricos, retomamos programas de formação educacional e qualificação profissional, investindo em criatividade e inovação tecnológica.
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Após o início desafiador, temos a certeza de que alcançamos importantes vitórias, mas também sabemos que ainda há muito a fazer.
*É prefeito da Cidade do Rio de Janeiro