Vereador Rogério Amorim (PSL)
Vereador Rogério Amorim (PSL)divulgação
Por Rogério Amorim*
Toda a Política ocidental, seja ela conservadora ou progressista, tem como um pilar essencial a obra do britânico John Locke, filósofo do século 17 autor da obra “Dois tratados sobre o governo”. Ali, Locke, um dos precursores do pensamento liberal, fazia defesa intransigente dos direitos humanos, do contrato social e das mudanças com pesos e contrapesos – expulso da Inglaterra por causa de suas ideias, Locke retornaria e se tornaria um ícone da chamada Revolução Gloriosa.
Suas ideias seriam base inspiradoras para duas revoluções de caráter totalmente oposto anos mais tarde: a americana, liberal, com menos violência, e a francesa, que praticamente criou a clivagem entre direita e esquerda e gerou sangue e violência. E se mostrou inútil, posto que por duas vezes houve monarcas ditando as ordens no país depois – e uma desordem das coisas que levaria à experiência ruim da Comuna de Paris (pelo nome, já podem imaginar).
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No ótimo livro “Liberdade como tradição”, do português João Carlos Espada (ex-assessor do esquerdista Mário Soares), o filósofo Anthony Quinton é citado de forma interessante: é de Quinton a análise segundo a qual as ideias de Locke, quando levadas para a França, tiveram o efeito de “álcool em estômago vazio”. Do sistema de pesos e contrapesos nasceria a guilhotina, da cautela nasceria a imprudência, do pacifismo burkeano a espada que sangrava os vitimados pelos jacobinos.
As ideias de Locke, com perdão do trocadilho, viraram ideias de louco. Agressões, espancamentos, assassinatos, eram justificadas para que prosperasse a “justiça social”. Os “revolucionários” estavam dispostos a pagar com a vida – alheia – o preço da nova ordem onde o mundo seria perfeito.
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Sempre que se critica gratuitamente a classe política, sempre que se ataca o nosso sistema de pesos e contrapesos que é o único caminho para a melhoria da vida humana nas sociedades organizadas, o que temos é um efeito “álcool de barriga vazia”.
Agressões a outros trabalhadores, ataques a locais públicos ou privados, vídeos ofensivos, tudo isso é a anti-política, que em nada melhora a vida de cidadão algum. Pelo contrário: quanto mais os parlamentares atacam a própria profissão de forma iconoclasta e sem justificativa, menor é a chance de vermos prosperidade e desenvolvimento. A história tem um lugar para aqueles que vivem disso: o lixo.
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*É vereador do Rio pelo PSL