Deputado Sargento Gurgel PSL-RJ
Deputado Sargento Gurgel PSL-RJdivulgação
Por Sargento Gurgel*
Opinião unânime entre aqueles que sonham ver o Rio de Janeiro retomar o seu protagonismo econômico é a de que precisamos deixar de lado as divergências políticas para reverter barreiras que atrasam o futuro do nosso Estado. É hora de buscar soluções sem amarras ideológicas ou boicotes gerados pelo ego de não se ganhar um debate. Precisamos definir prioridades e unir lideranças políticas em torno de um plano estratégico. E essa é, atualmente, uma das minhas lutas junto à bancada fluminense no Congresso Nacional.

Antes mesmo de todos os reflexos negativos gerados pela pandemia, o Rio de Janeiro já vivia uma grave crise fiscal e econômica. Segundo a Federação das Indústrias do Estado (Firjan), o Rio apresentava queda na projeção do PIB no primeiro trimestre de 2020, e o recuo de toda a produção do Estado foi de 1,9% em relação ao último trimestre de 2019. Com as medidas de isolamento social, o impacto na geração de emprego e renda gerou um cenário catastrófico, ampliando ainda mais a desigualdade social.

Segundo dados da Caged, do Ministério da Economia, entre janeiro de 2017 e agosto de 2020, enquanto o emprego com carteira assinada no país cresceu 1,3%, no Rio de Janeiro, houve uma queda de 9,5%, com perda de mais de 324 mil postos de trabalho formais. Contribuem para esse cenário empresas que deixaram a capital e fixaram suas sedes em outras cidades, como São Paulo, ou regiões do interior, que cobram menos impostos dos empresários.

Apesar dessa guerra fiscal, ainda assim abrigamos duas das maiores empresas do país, a Petrobras e a Vale. Mas é pouco pela visibilidade do Rio, por isso lutar pela transferência das sedes de grandes estatais de Brasília para o Rio de Janeiro seria uma forma de estimular a vocação da cidade para os serviços financeiros, ativando negócios, dinamizando o mercado imobiliário e fomentando serviços. Isso sem contar a maior atração de investidores para o Estado, que se sentiriam mais confiantes diante desta contrapartida do governo federal.

Um plano estratégico para o Rio de Janeiro passa ainda por investimentos no ensino profissionalizante de qualidade. Sem deixar de lado a tradicional vocação para o turismo, é importante atrair empresas de tecnologia, graças à inovação gerada pela presença de universidades e centros tecnológicos. Temos ainda uma localização privilegiada, com rodovias, ferrovias, portos e aeroportos que colocam os setores de infraestrutura e logística como pontos cruciais para a nossa competitividade.

Sem esquecer os investimentos na Saúde, prioritários diante da atual crise sanitária, é primordial um olhar estratégico em relação à Segurança Pública. Não há ambiente econômico favorável que resista a um cenário de guerra cotidiana, com facções criminosas, milícias, policiais assassinados e o tráfico de drogas impondo suas próprias leis às comunidades.

Mesmo conhecendo as mazelas, sem união e vontade política não iremos a lugar algum. Por mais estratégico e bem elaborado, nenhum plano sairá do papel se nós, agentes públicos, não nos unirmos. Afinal, fazer política nada mais é do que articular e viabilizar o progresso. Pelo bem do nosso Rio de Janeiro, não há outro caminho viável.
*É deputado federal (PSL-RJ) e coordenador da bancada do Rio de Janeiro no Congresso Nacional