Rosane Félix
Rosane FélixDivulgação
Por Rosane Felix*
Desde o início da pandemia, tenho me manifestado contra a maneira como aconteceu o isolamento no Estado do Rio de Janeiro. Desorganizado, sem planejamento, falta de diálogo, sem levar em conta as questões econômicas e sociais dos mais pobres. Enfim, foi imposto na base da “canetada” do governador afastado. Se tivesse sido conduzido de outra forma, talvez não teríamos tantos prejuízos. Um ano depois, estamos vendo o resultado catastrófico da continuidade da política do “fique em casa”.
Grande parte da tragédia social que está acontecendo é consequência da corrupção e falta de liderança por parte dos executivos. Cadê os hospitais de campanha que custaram milhões aos cofres públicos? Onde estão os milhões que foram investidos para “evitar” o colapso do sistema de Saúde? Se tivessem feito um trabalho sério, honesto e pensando no povo, nós não estaríamos na atual situação.

O “fique em casa” tem provocado aumento do desemprego e da pobreza, falência de empresas, violência doméstica, abuso sexual infantil, depressão, famílias sem ter o que comer. O isolamento traz também prejuízos emocionais como depressão e ansiedade.

Não sou negacionista. Eu tive covid-19. O vírus é real e mata! Precisamos proteger o grupo de risco, mas deixar o povo trabalhar cumprindo os protocolos e o principal, acabar com a corrupção, pois 60% das verbas do governo federal destinadas a estados e Municípios em socorro a pandemia foram desviadas.

É preciso rever, com urgência, as medidas restritivas impostas à população. Uma verdadeira ditadura. O povo precisa comprar comida, pagar luz, água, aluguel, impostos, essas e outras contas não param de chegar. O auxílio emergencial ajuda, mas não é o suficiente, e sem ele a situação estaria muito pior.

Para piorar, querem fechar as igrejas e templos religiosos. Mas, aqui no Estado do Rio de Janeiro, eu fui autora da Lei 9.012, de 17 de setembro de 2020, que reconhece a atividade religiosa como essencial, assegurando aos fiéis o livre exercício de culto, em tempos de crises ocasionadas por moléstias contagiosas ou catástrofes naturais.
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As instituições religiosas não podem ser fechadas nunca. Além da questão espiritual, elas auxiliam no emocional e psicológico. Mensagens de fé e esperança das igrejas contribuem muito com a população. E não podemos esquecer que as instituições religiosas, muitas vezes, atuam em locais onde o poder público não chega. Portanto, a atividade religiosa é essencial!

Por que alguns serviços podem funcionar cumprindo os protocolos e os cultos religiosos não? Os religiosos também são ordeiros. O STF deixou essa decisão para governadores e prefeitos que, aliás, se aglomeraram na eleição passada pedindo votos inclusive nas instituições religiosas que agora muitos querem fechar.

É necessário parar de politizar a crise! Existem grupos políticos que estão tentando instalar o caos, quebrar o governo agora para nas eleições de 2022 se apresentarem como "Os Salvadores da Pátria". Chega de hipocrisia, estamos vivendo uma crise econômica mundial por conta dessa pandemia. É preciso ter empatia e se colocar no lugar do próximo. Que possamos ter mais humanidade e lembrar que a fome pode matar mais que a covid-19!
*É deputada estadual pelo PSD-RJ