Luiz Fernando de Moraes Barros- diretor do Polo Educacional Sesc e da Escola Sesc de Ensino Médio
Luiz Fernando de Moraes Barros- diretor do Polo Educacional Sesc e da Escola Sesc de Ensino Médio Divulgação
Por Luiz Fernando de Moraes Barros*
Na última edição do PISA, o Brasil se manteve entre os mais baixos desempenhos globais no ranking mundial. Em Matemática, por exemplo, 68,1% dos estudantes não alcançaram sequer o nível básico de proficiência. Além disso, também somos um dos países com maior desigualdade de aprendizagem entre os estudantes de maior e menor condição socioeconômica.

Com tantos dados preocupantes, o que vislumbramos, no contexto de pandemia, é o agravamento desses indicadores e ampliação das desigualdades, o que exigirá atenção especial do poder público e das iniciativas privadas para alavancar, qualitativamente, os processos educacionais no país.

Com a pandemia se estendendo por mais de um ano, as escolas precisaram aprender novas formas de ensinar e aprender. As aulas expositivas, já desgastadas, passaram a ser ainda mais improdutivas. Por isso, as instituições que já vinham desenvolvendo estratégias híbridas com metodologias ativas vêm logrando maior êxito no regime remoto imposto pela pandemia.

Na Escola Sesc, temos explorado o hibridismo desde 2017, entendendo que juventude digital nos demanda caminhos mais criativos e eficientes. Nessa direção, com processos integradores e humanizados, estamos conseguindo realizar um ensino remoto de alta adesão e intensamente produtivo.

Como escola nacional de regime residencial, vivemos a potência da diversidade brasileira em cada momento de aprendizagem. E essa pluralidade, aplicada agora a um contexto pandêmico, possibilita uma leitura crítica do país e a conversão dessa mesma leitura em conhecimento.

Para tanto, precisamos garantir tempo de planejamento e formação continuada aos educadores, além de suporte emocional a todos. Cuidar da qualidade técnica, sem negligenciar o cuidado pessoal. Por isso, na Escola Sesc, todos contam com uma rede de apoio, da inteligência emocional curricular ao suporte multidisciplinar em saúde física e mental, inclusive no período de férias.

Apesar dos esforços e dos sucessos, é indiscutível que as escolas vivem momentos desafiadores. Se, por um lado, nos reinventamos e desenvolvemos outras competências como a resiliência, a empatia e a habilidade de negociação, por outro, será preciso reduzir os impactos causados pela pandemia na educação brasileira, sobretudo na rede pública.

No pós-covid19, as escolas precisarão incorporar novas experiências, como o uso dos celulares, aprendizagem híbrida e habilidades socioemocionais para o enfrentamento dos desafios da vida. Fica, pois, o convite a um amplo pacto educacional, para além de nossas instituições, com vistas ao melhor desenvolvimento da educação brasileira, apoiado na irrefutável justiça social.

*E diretor do Polo Educacional Sesc e da Escola Sesc de Ensino Médio
 
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