André Luís Messias opinião O Dia
André Luís Messias opinião O DiaDivulgação
Por André Luís Messias*
Não podemos ficar parados na luta contra a covid-19. Cientistas de todo o mundo já comprovaram que a atividade física representa uma ferramenta não farmacológica no enfrentamento da pandemia. Um estudo científico norte-americano realizado com quase 50 mil pacientes comprovou que a inatividade física está associada a um maior risco de desenvolver formas graves da doença e só perde para idade avançada e para pessoas transplantadas quando tratamos de grupos de risco. Outra pesquisa de universidades brasileiras já havia comprovado que quem se exercita tem 34% menos chances de risco de internação nos casos de covid. Então, é preciso movimentar-se.
A cada sessão de atividade física, o corpo gera um verdadeiro batalhão de agentes a favor da imunidade. A produção de células natural killer, responsáveis pelo combate às infecções, aumenta, assim como a dos neutrófilos, que ajudam o corpo a vencer as invasões bacterianas, e a dos anticorpos, soldados incansáveis da imunidade corporal.
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Precisamos lembrar que a covid-19 ataca o sistema pulmonar. E deixar os pulmões fortalecidos é essencial na prevenção da doença. Por isso, é importante que toda a prática esportiva tenha como meta o aumento da capacidade do corpo em captar, transportar e utilizar oxigênio (Vo2). Estudos já comprovaram que quanto maior essa capacidade, menor o risco de infecção e menor o risco de agravamento da saúde em um combate do sistema imunológico contra a covid-19.
Durante as atividades físicas, o corpo libera, de forma exponencial, moléculas de citocinas, que têm papel importante na regulação do sistema imunológico, principalmente no processo anti-inflamatório. O vírus causador da covid-19 (Sars-Cov) tem como porta no nosso organismo uma substância chamada Angiotensina II. E a atividade física é um dos principais elementos que tem potencial para fechar essa entrada, uma vez que reduz o risco de infecção.
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Vale lembrar que os grupos de risco para a covid-19 são diabéticos, hipertensos, pessoas com problemas respiratórios e doenças cardiovasculares, além dos obesos. E a atividade física é uma das práticas que deve ser feita na prevenção e no combate de todas estas doenças. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a inatividade física mata, atualmente, cinco milhões de pessoas em todo o planeta.
Atualmente, o quadro epidemiológico do Rio de Janeiro é preocupante. Além de evitar aglomerações, manter o distanciamento social, fazer o uso de máscaras e utilizar álcool gel, é urgente que a população mantenha-se ativa ou então aumente os níveis de atividade física no seu cotidiano. O ideal é que todas as pessoas pratiquem, semanalmente, pelo menos 300 minutos de atividade física, dentro de suas capacidades.
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O isolamento social não é desculpa para a inatividade física. É preciso movimentar-se. Para isso, orientações médicas e também de um educador físico são essenciais. Além da vacinação, atualmente, manter-se ativo é manter-se seguro no combate à covid-19 e também uma forma de colaborar para não haver um colapso nos sistemas de saúde das cidades.
*É mestre em Ciências Cardiovasculares pelo Instituto Nacional de Cardiologia e doutorando em Epidemiologia em Saúde Pública pela Fiocruz