Júlio Furtado, colunista do DIA
Júlio Furtado, colunista do DIADivulgação
Por Júlio Furtado*
E cá estamos diante de um ano todo pela frente. Época de avaliações e planejamentos que em 2021 ganha contornos de incertezas e falta de referenciais para que possamos cravar metas convictas. Parece que a única meta do ano é tomar a vacina que nos fará imunes a esse vírus que roubou nossa sensação de certeza sobre o futuro. Diante desse cenário, os profissionais da Educação perguntam-se como planejar frente a esse contexto.
Em primeiro lugar, lembremos de que todo planejamento é feito a partir de incertezas e que sua principal função é exatamente minimizá-las. Todo planejamento, por natureza, visa aumentar a convicção a respeito das ações a serem implementadas.
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Planejamos para saber o que faremos depois. É exatamente nesse ponto que planejar em meio ao caos parece impossível em função da fragilidade das certezas sobre o amanhã.
Lembremos, pois que subjetivamente, o planejamento é filho da esperança e sem esse pressuposto não há motivação para planejar. Não se planeja o que não se acredita, logo, o principal requisito para planejar qualquer coisa é acreditar que é possível.
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Daí surge o primeiro pressuposto para se planejar num cenário educacional de incerteza: reforçar nossa convicção de que conseguiremos promover aprendizagens mesmo através da modalidade remota ou híbrida e de que é possível construir um currículo de transição que resgate as aprendizagens que não ocorreram em 2020.
O segundo pressuposto de um planejamento em meio a um contexto de incertezas é usar o princípio “o que faremos se...?” que consiste em construir caminhos para os cenários possíveis. Com relação ao funcionamento das escolas em 2021, três possibilidades se afiguram: o ensino 100% remoto, o ensino híbrido e o ensino presencial, que só se revela viável após a vacinação de mais da metade da população
brasileira.
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Precisamos, no mínimo, dos planos A, B e C com suas estratégias, recursos e objetivos específicos.
Por fim, planejar num mar de dúvidas exige adaptação contínua de estratégias diante das possibilidades de mudança. Essa adaptação deve ser fruto de uma discussão coletiva que inclua os principais executores, os professores.
É essencial que os docentes reflitam e se comprometam com uma realidade redimensionável a cada instante que continuará a exigir de cada um a autossuperação diária. Planejar na incerteza exige, obrigatoriamente, a prática da participação coletiva.
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*É doutor em Ciências da Educação