Myrian Lund, economista e professora dos MBAs da Fundação Getulio Vargas
Myrian Lund, economista e professora dos MBAs da Fundação Getulio VargasDivulgação
Por Myrian Lund*
O brasileiro está vivendo um momento econômico bastante desafiador com a inflação em alta, sobretudo pressionada pelo aumento no preço dos alimentos, bebidas e transporte. Alimento é o principal item da nossa sobrevivência. À medida que a cesta básica sobe de valor e salários ficam parados ou deixam de existir, pelo desemprego ou impossibilidade de trabalhar.

Quanto estamos bem-alimentados temos saúde, evitamos doença e criamos defesa em nosso organismo. E é isso que precisamos priorizar dentro das limitações orçamentárias.

Existe um estímulo externo muito grande para as pessoas liquidarem as dívidas bancárias sempre que entrar dinheiro, por exemplo uma rescisão trabalhista. No entanto, estamos vivendo um momento atípico e não sabemos quando tudo voltará ao normal. Portanto, é imprescindível que se tenha uma reserva de emergência, destinada ao pagamento de contas essenciais e alimentação.

O que é reserva de emergência? É um dinheiro que você mantém guardado no banco ou cooperativa de crédito, para ser usado em momentos de saúde, desemprego ou qualquer outra situação relevante não prevista. Quanto guardar de reserva de emergência? O ideal é manter aplicado, no mínimo, três vezes o seu sustento mensal.
Se não tem nada agora, comece com as pequenas economias, descontos. Vá guardando todos os trocadinhos num cofrinho (longe da vista) e só tire de lá para aplicar no banco. Outra forma de fazer a reserva de emergência é guardar 10% de tudo que você recebe.

Todos precisam de reserva de emergência? Sim, todos precisam independentemente de quanto ganham de salário. Quem mora no Rio de Janeiro e é funcionário público do estado, já vivenciou, ou passou perto da falta de dinheiro no final do mês. É imprescindível estar protegido para momentos de crise e, também, para realizar sonhos simples, por exemplo, uma viagem, pós-pandemia, para encontrar a família que mora em outro estado.

Onde guardar a reserva de emergência? Guarde na poupança ou num CDB ou RDB ou RDC (numa cooperativa de crédito) com liquidez diária, ou seja, onde você pode sacar a qualquer momento sem risco de perda. Os três produtos mencionados são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC, até R$ 250.000,00/CPF/Instituição). Não deixe a sua reserva parada em conta para não correr o risco de usar indevidamente e se arrepender depois. Lembre-se da famosa trilha da música “Dinheiro na mão é vendaval, é vendaval”.

As pesquisas indicam que aqueles que têm reserva de emergência vivem de forma mais feliz. É uma tranquilidade saber que se tem dinheiro para eventualidades e que não vai precisar entrar no cheque especial.

Uma dessas eventualidades é o aumento no preço dos alimentos, extrapolando o orçamento familiar. Vamos às principais dicas:
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1. Evite ir ao mercado a toda hora, acaba comprando mais do que precisa;
2. Só vá ao supermercado com uma lista. Não aumente essa lista depois que iniciar as compras;
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3. A promoção no supermercado pode ser uma armadilha, pois convida você a comprar mais do tinha se programado; por isso, compre o item da promoção, mas retire do carrinho outro produto que possa ser substituído.
 4. Não entre no supermercado com fome; com certeza vai comprar mais do que necessita;
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5. Se for ao mercado com os filhos, combine as regras antes: mostre a lista de compras, exatamente o que precisa comprar; pode incluir algum item que a criança vai adorar.
*É economista e professora dos MBAs da Fundação Getulio Vargas
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