Alfredo E. Schwartz, presidente da AeerjDivulgação

Depois de afirmar, no artigo anterior, que o VLT deveria ser descontinuado, passei a refletir mais sobre isso. Entendi que, mesmo longe do número de passageiros considerado no Estudo de Viabilidade, os trens precisam continuar a circular. O modal foi concebido para diminuir o fluxo de veículos em direção ao Centro, e vinha cumprindo bem o seu papel, até que a pandemia de coronavírus chegou para virar o mundo de cabeça para baixo.

As estações do BRT em estado precário, quando não estão abandonadas ou invadidas, o asfalto das pistas sem manutenção, os veículos em mau estado, atestam que o Sistema BRT não está sendo operado como previsto. Enquanto isso, o VLT continua funcionando normalmente, com os trens bem cuidados e os funcionários bem treinados, aguardando um futuro melhor que certamente virá.

Enquanto estava escrevendo este artigo, recebi a informação de que o prefeito anunciou a retomada da construção do Intermodal Gentileza, no terreno do antigo Gasômetro, em São Cristóvão. O terminal atuará como centralizador das linhas do BRT, e lá será feita a integração com o VLT, que receberá uma extensão de cerca de 700 metros, a partir da Rodoviária Novo Rio. Será feita também a integração desses modais com o sistema do Metrô, e o bilhete será único, dentro de um tempo determinado. O projeto tem prevista sua conclusão para o final de 2023, e os recursos necessários virão através de financiamento já acordado com o governo federal.

Um ponto positivo a ser salientado é a geração de cerca de dois mil empregos diretos e indiretos, devolvendo aos trabalhadores hoje ociosos os meios de sustentar suas famílias. São boas novas, que se somam a notícias de outras medidas que terão impacto positivo na retomada do crescimento da Economia no município.

Depois de tantos artigos discorrendo sobre os problemas da prefeitura, citando sempre o calote dos restos a pagar, pelo jeito vou ter que me acostumar a elogiá-la. Sempre fiz a ressalva de que o prefeito Eduardo Paes é um administrador competente e trabalhador, e isto está se confirmando. Ele montou uma equipe homogênea, com secretários afinados, foi buscar uma turma que havia se afastado por conta da má administração do prefeito anterior, e o resultado disso já começou a aparecer.

Por falar em restos a pagar, houve reconsideração da prefeitura quanto ao seu cancelamento, de acordo com os decretos 49287 e 49220. Embora haja ainda um caminho a ser percorrido, o reconhecimento de que os restos existem e precisam ser pagos foi um passo muito grande. Falta agora equacionar a forma de pagamento, respeitando o critério de ordem cronológica, e é preciso que a quitação seja feita dentro deste ano, pois há empresas que dependem disso para sobreviver.

Eu sou otimista por natureza, mas acho que, diante das boas notícias que reportei acima, estamos no caminho de remover do título do artigo a palavra “pobre”.

Pratiquem distanciamento social, usem máscara e álcool 70%. Até o próximo artigo.
Alfredo E. Schwartz é presidente-executivo da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ)