Paulo Ferreira é presidente do VLT Carioca Divulgação
Hoje, com o VLT circulando desde 2016, dá para dizer que a questão foi respondida. Integrado à cidade, o sistema convive em harmonia com a rotina de um agitado Centro do Rio e, ao contrário do que muitos imaginavam, tornou-se referência de operação sustentável, eficiente e segura em transportes urbanos.
Para isso, foram horas investidas não somente no estudo de Veículos Leves em outros países, mas, principalmente, na formação e capacitação dos profissionais. Condutores foram e até hoje são formados pelo VLT em vários meses de treinamento, que incluem aulas teóricas, simulador e prática em via. Além disso, têm um acompanhamento de performance que inclui auditorias presenciais, de comunicação via rádio e avaliação de caixa preta. E passam por teste de etilômetro diariamente antes de iniciar a jornada de trabalho, assim como todo o time de CCO e manutenção.
Assim, o VLT derrubou tabus. Manteve baixos índices de incidentes e, mesmo com um modelo de pagamento inédito, tem também baixa taxa de evasão. Desempenho compatível e até superior a cidades europeias onde operações similares existem há mais de uma década.
A construção da relação com a população incluiu ainda um extenso período de testes em que o público pôde entender melhor o sistema, inclusive com viagens gratuitas. Campanhas de segurança nas ruas e nas redes alertaram que o “novo bonde” estava chegando e era preciso ficar “De Olho No VLT”.
E ele chegou. À Rio Branco e ao boulevard, em meio aos Jogos Olímpicos e à multidão que tomou conta desses espaços. Chegou à Central do Brasil e à Marechal Floriano. Atualmente conecta ônibus, trens, metrô, barcas e terminal de cruzeiros, além da Rodoviária do Rio e do Santos Dumont.
Com a conexão e confiança do carioca, o VLT se tornou parte das soluções de mobilidade e desenvolvimento de cidade. O fenômeno já aconteceu em outras localidades, como Freiburg, na Alemanha, e Ontario, no Canadá, por exemplo. A valorização de imóveis nessas áreas após a implantação foi significativa, variando de 15% a 25%, segundo Relatório de Mobilidade Sustentável da ANPTrilhos.
Os desafios não são simples. Há uma pandemia ainda em curso, que nos move a priorizar saúde e prevenção. De quem trabalha e circula com a gente. Seguir crescendo e manter a segurança e a qualidade da operação como valores são nossos compromissos.
Paulo Ferreira é presidente do VLT Carioca
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