Ricardo Lodi é ex-reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)Divulgação/Uerj

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) vem crescendo continuadamente nos últimos tempos. Apesar da pandemia de covid-19, que produziu impactos sociais, econômicos e culturais de ordem global, a Uerj conseguiu superar todas as dificuldades impostas pela crise sanitária, retomando a sua política de expansão e interiorização, levando o projeto exitoso de educação pública, gratuita, laica, inclusiva, socialmente referenciada e de qualidade à diversas cidades fluminenses.
Esse movimento teve início com a inauguração do Hospital Universitário Reitor Hesio Cordeiro, que chegou a ser administrado pela rede privada, voltando a fazer parte do Sistema Único de Saúde (SUS), na Baixada Litorânea, em novembro de 2021. A unidade vai atender aos alunos do curso de Ciências Médicas, que vai funcionar no novo campus Cabo Frio, oferecendo também graduações em Ciências Ambientais e Licenciatura em Geografia.
Outra ação importante foi a incorporação do Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo), em Campo Grande. Uma conquista histórica, que vai aproveitar as expertises dos profissionais locais, permitindo o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão da Uerj na região. O campus Zona Oeste em breve estará funcionando numa nova sede, em imóvel a ser adquirido no mesmo bairro.
O coração do subúrbio do Rio também entrou no projeto de expansão da Uerj com o campus Vaz Lobo. A unidade vai funcionar no prédio da antiga Faculdade Nuno Lisboa, oferecendo cursos de graduação escolhidos pela comunidade local, como Direito, Administração e Enfermagem, após escuta social realizada pela Universidade pelas ruas dos bairros da Zona Norte, com mais de dez mil pessoas de diversas faixas etárias.
Do mesmo modo, demos o primeiro passo para a implantação do campus Maricá, que vai contar com graduação em Engenharia, além de várias atividades de ensino, pesquisa e extensão. Na sequência, implementamos a Universidade do Mar, na Baía de Guanabara, o Centro Cultural da Democracia, no Casarão do Catete e demos uma nova e adequada sede ao Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ), no Rio Comprido.
Instalamos os Polos de Extensão e Cultura em Magé, Paty do Alferes, Barra Mansa, Valença, Resende, Madureira, Cabo Frio, Três Rios, Itaguaí e Niterói. Em breve outros polos virão, levando pré-vestibular social, bem como projetos de esporte e cultura para a população fluminense mais carente.
Tudo isso só foi possível a partir da articulação com os agentes públicos do estado, inversão de prioridades orçamentárias e da busca por recursos devidos constitucionalmente, de acordo com o índice da educação, e que não vinham sendo repassados à Uerj.
Contudo, o quadro da Educação no Brasil continua exigindo a mobilização de todos, de forma que as vitórias não sejam passageiras. É preciso institucionalizar as conquistas da Uerj levando-as a todas as universidades e escolas do Brasil, para fazer da Educação, da Ciência e Tecnologia e da Saúde pública prioridades do governo do nosso país.
Ricardo Lodi é ex-reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)