Danielle Barros é secretária de estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro divulgação

Imagine o que seria das nossas vidas nos últimos dois anos, que enfrentamos a pandemia da covid-19, se não fossem os filmes, os livros, as músicas, as lives? Este olhar para o setor cultural é necessário, uma vez que tivemos todo segmento impactado, com palcos, arenas, casas de show, centros culturais fechados, deixando os trabalhadores, que representam 3% do PIB do país, de alguma forma sem sua renda.

Para socorrer o setor cultural, que também foi fundamental na pandemia, o governo do Estado do Rio de Janeiro arregaçou as mangas e trabalhou. Muito. Sem tempo a perder. O Fundo Estadual de Cultura, que era uma das leis mais antigas do Cumpra-se, da Assembleia Legislativa, que há mais de 20 anos aguardava uma regulamentação, foi usado. E de lá pra cá, retomamos a política de fomento do estado.
Foram lançados 15 editais, para todas as artes. Do #CulturaPresenteNasRedes, que premiou artistas em todas as regiões do estado, levando dinheiro na ponta quando o artista estava em casa, sem poder se apresentar, ao nosso #RetomadaCultural2, que está em fase final de análise de projetos, que vai garantir a realização de 800 projetos culturais, metade deles voltados para a nossa história, com a temática do Bicentenário da nossa Independência.

Mais que editais inéditos, como o Cultura Inclusiva Nas Redes, que premia pela primeira vez artistas com algum tipo de deficiência, ou o Povos e Comunidades Tradicionais RJ, que fala da nossa ancestralidade e valoriza nossa cultura originária, o que o governo do Estado do Rio, com o cuidado e comando do governador Cláudio Castro faz, é garantir a retomada do emprego, da renda, da dignidade na vida das pessoas. É a oportunidade do artista poder seguir fazendo o que ele sabe fazer de melhor.

Nos últimos dois anos foram, somente via editais, R$ 170 milhões de investimento para mais de oito mil projetos culturais, atingindo os 92 municípios do estado, valorizando manifestações artísticas que vão do boi pintadinho em Miracema, até colegiados de dança em Quatis. É a Cultura trabalhando para ser sempre presente em todos territórios fluminense.

Junto com os editais, foi também modificada a política de fomento, para que mais artistas tenham acesso aos recursos da Cultura, com a criação do sistema Desenvolve Cultura, para que o produtor de qualquer região do estado possa inscrever seu projeto de qualquer município. Com isso, descentralizamos e ampliamos a oferta de ações culturais em outras cidades, democratizando o aporte realizado na arte.

O resultado foi que o uso da Lei de Incentivo à Cultura mais que dobrou. No ano de 2019, quando foram realizados 40 projetos, ao custo de R$ 101 milhões e concentrados sobretudo na capital. Com as mudanças implantadas, em meio à pandemia, tivemos em 2020 a realização de 86 projetos, em mais de 40 municípios. E em 2021 o saldo não foi diferente, com mais 90 projetos patrocinados e investimento superior a R$ 130 milhões de reais, e ações culturais em diversas cidades do estado.

Fechamos 2021 com mais de R$ 200 milhões investidos na ponta, beneficiando mais de 20 mil profissionais do segmento cultural, preparando o setor para a retomada das ações. E como é bom poder ver nossos teatros, cinemas, casas de show e espetáculo com agendas lotadas, com público e formação de plateia, outra preocupação da Cultura do estado, que lançou no ano passado o programa Passaporte Cultural RJ, levando crianças da rede pública que nunca visitam equipamentos culturais para viverem a experiência da arte.

Hoje o Estado do Rio retoma sua posição de ser o celeiro da arte, de gerar emprego e ser um modelo de cultura para outras cidades. A cultura é a grande vocação do nosso povo. É a grande vocação do Estado do Rio de Janeiro.
Danielle Barros é secretária de estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro