Arte OpiniãoArte Paulo Márcio
De acordo com estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), os acidentes de trânsito são os maiores responsáveis, no mundo, por mortes de pessoas na faixa de 15 a 29 anos de idade; os segundos maiores na faixa de 5 a 14 anos; e os terceiros, de 30 a 44 anos. São números tão assustadores que a OMS trata as mortes no trânsito como uma epidemia mundial.
A previsão é que, em 2030, morram 2,4 milhões de pessoas em todo o mundo em decorrência de acidentes. Isso sem contar os feridos com gravidade, muitos com sequelas irreversíveis por causa de um instante de desatenção ou uma atitude irresponsável. Os prejuízos para as redes de saúde não param de crescer. A OMS estima que passem de 500 bilhões de dólares por ano, consumindo entre 1% e 3% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país.
No Estado do Rio, o número de acidentes vem diminuindo ano a ano, mas ainda é muito alto. Cada vida importa. Em 2021, em média 55 pessoas se acidentaram todos os dias no estado – e, dessas, cinco morreram. Foram 20.092 vítimas, com 1.856 mortos. Entre jovens de 18 a 29 anos, 6.378 ficaram feridos ou faleceram, em sua maioria do sexo masculino.
A segurança no trânsito precisa ser assunto nas salas de aula, nas reuniões de família, dentro das empresas. Precisa mobilizar toda a sociedade. Um dia somos os condutores dos veículos, no outro estamos nas ruas como pedestres ou ciclistas. Os mais fortes têm o dever de proteger os mais fracos, pois a mesma pessoa que age com irresponsabilidade ao volante pode sofrer uma violência ao atravessar a rua.
O movimento Maio Amarelo tem como objetivo desenvolver ações de conscientização pela paz no trânsito em todo o mundo. No Estado do Rio, o Detran.RJ está programando uma série de ações educativas. Há alguns dias, promoveu um ato aos pés do Cristo Redentor, que foi iluminado de amarelo com o objetivo de chamar atenção para a grande quantidade de vidas perdidas. Durante o ano, nossa Coordenadoria de Educação para o Trânsito faz ações nas escolas, em empresas e nas ruas de diversos municípios.
Temos de envolver entidades da sociedade civil organizada, empresas, órgãos de governo, instituições de ensino, sindicatos, entidades de classe, associações e federações nos esforços para salvar vidas. É preciso contabilizar os custos dos atendimentos às vítimas para os sistemas de saúde, e demonstrar o quanto o Brasil perde em sua força de trabalho com os milhares de incapacitados pelas tragédias no trânsito.
Há alguns meses, visitei o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), a convite da diretora Germana Bähr, e pude testemunhar a complexidade do atendimento às vítimas de traumas graves em acidentes. Muitos pacientes passam a necessitar de cuidados permanentes. No Maio Amarelo, vamos desenvolver ações educativas em parceria com o INTO. Tenho a certeza de que conhecer a realidade de unidades com essa ajuda na prevenção de acidentes.
Sem o envolvimento da Nação com um todo, não será possível pôr fim à tragédia. É esse o significado da mensagem “Juntos salvamos vidas!”, escolhida para o Maio Amarelo 2022. Muitas vidas serão salvas se cada um fizer a sua parte, e todos colaborarem para um trânsito mais seguro.
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