Alfredo LopesDivulgação
No início de março de 2020, antes da pandemia se abater sobre o Brasil, a ocupação média da rede hoteleira estava em torno de 70%. Logo no mês seguinte, em abril, este índice caiu para 5% e, com o confinamento das pessoas, os hotéis começaram a suspender suas atividades. No caso do Rio de Janeiro, a situação se tornou ainda mais complicada, pois o turismo é uma das principais forças econômicas do estado. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nosso estado é o que apresenta a maior participação relativa do turismo na economia entre todas as unidades federativas do Brasil.
A queda de desempenho do setor turístico pode ser dimensionada pela redução de recolhimento de impostos. Recente estudo da Prefeitura do Rio demonstrou que os serviços de hospedagem, turismo e viagens foram os que apresentaram o maior recuo – a taxa média da arrecadação do imposto do segmento, em relação ao total arrecadado de ISS, sempre foi acima de 3%, caindo para 1,5% nos anos de pandemia.
A reabertura dos hotéis começou timidamente em junho de 2021 e foi ganhando força ao longo do segundo semestre do ano passado. Muitos estabelecimentos aproveitaram a época de menor demanda causado pela pandemia para renovar seus equipamentos. Ao longo de 2021, a ocupação hoteleira na capital fluminense ficou perto dos 50% no período regular e ultrapassou a marca de 70% nos feriados.
As restrições aos deslocamentos internacionais fizeram com que os brasileiros optassem por viagens domésticas – no Rio de Janeiro a maior parte dos turistas durante a pandemia era proveniente dos estados de São Paulo, Minas Gerais e do próprio Rio de Janeiro, com maior ênfase no turismo rodoviário e interestadual.
Agora, o turismo dá claros sinais de recuperação: os três primeiros meses de 2022 foram como uma longa alta temporada, que começou com o Réveillon e se estendeu pelos dois carnavais. O clima é outro, de felicidade pela – gradual – volta à normalidade. No entanto, ainda há desafios.
É preciso recuperar o volume de turistas estrangeiros para padrões anteriores à pandemia e, para tal, um dos caminhos passa pelo reforço do papel do Galeão como porta de entrada, com a retomada de voos internacionais que o aeroporto perdeu. Outro ponto importante é a construção de uma agenda robusta, com eventos artísticos e corporativos.
Os resultados virão mais rápido se forem frutos de parcerias entre a iniciativa privada e o poder público. O Rio só tem a ganhar.
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