Arte coluna opinião 15 agosto 2022Arte Paulo Márcio
Nunca tivemos motivos para demonizar segmentos do pensamento e da ação política, apesar de instantes de radicalismo como os que levaram o país a traumas na morte de Vargas – com acusações que beiravam à canalhice, como atribuir ao presidente de mãos limpas conivência com corrupção. E no movimento de 1964 – para devolver a paz e o progresso ao país, mas cujo desleixo do presidente Goulart com companheiros no
trato do dinheiro público e na pregação comunista era uma brincadeira perto do que se viu nos anos PT, na tentativa de cumprir a agenda do Foro de São Paulo.
Hoje, o chamado povão assiste, entre perplexo e indiferente, a uma disputa marcada pelo ódio, violência, insultos de parte a parte. Ambos os candidatos são passíveis de críticas, mas longe daquelas que lhe atribuem os adversários, sem a elegância e o respeito que uma disputa democrática pede. O brasileiro, apesar de militância de minorias destas práticas condenáveis, continua a ser cordial, alegre, sem ódio ou ressentimentos no coração.
Pode não se saber quem vai ganhar estas eleições. Mas, certamente, seja qual for o resultado, o povo vai perder, pois o país ficará ingovernável e, possivelmente, em grave crise institucional.
É tapar o sol com a peneira ignorar que estamos num contexto maior, inseridos no mundo globalizado e no continente latino-americano, onde se verifica um processo de autodestruição pela via eleitoral, em sociedades divididas.
A Economia não resiste à quebra de contratos e a ordem interna a uma grave crise social, resultado do programa bolivariano. Muito menos ao país tão intensamente dividido.
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