
“Fizemos a reunião para ouvir o que os médicos e secretários tinham a dizer sobre o comportamento da COVID-19 na cidade e também sobre os níveis crescentes de contaminação até o momento. Eles possuem o olhar técnico em relação à doença e podem trazer informações fundamentais que vão servir de base às nossas decisões. Temos um planejamento em relação ao retorno gradual do comércio e algumas reuniões com representantes do setor já estão agendadas para que possamos tratar deste assunto, mas também precisamos tomar como base a reação da população diante da doença. Vamos nos manter na insistência em pedir aos petropolitanos para que se mantenham em isolamento social. Todos precisam entender a importância desse gesto”, afirmou o prefeito.
Segundo a avaliação dos médicos e diretores dos principais hospitais da cidade, Petrópolis pode seguir o mesmo caminho do colapso na saúde como unidades de municípios vizinhos caso haja um relaxamento nas medidas vigentes. De acordo com o Diretor Executivo do Hospital SMH, Fernando Baena, a retirada dos decretos e reabertura do comércio antecipadamente poderia trazer caos à cidade. “Por favor, não abram. Nossa receita na unidade caiu 50% porque não estamos fazendo cirurgias, mas ainda prefiro sofrer agora a causar uma crise total do sistema de saúde da cidade, inclusive nos hospitais particulares”, afirmou o diretor.
No encontro, marcado pelo apelo médico em relação ao não relaxamento imediato das medidas decretadas na cidade, o crescimento dos números de pacientes infectados numa das principais unidades da cidade chamou a atenção.
“Em abril testamos cerca de 300 pacientes e tivemos um índice de 48% de pessoas infectadas. Em maio, até o momento, esse número já é de 82%, ou seja, a situação está piorando dia após dia. Precisamos que haja uma conscientização urgente por parte da população e precisamos que as medidas restritivas tenham continuidade na cidade. Tivemos queda de cerca de 20% na urgência da unidade e, por outro lado, crescimento expressivo dos casos de contaminação pelo Coronavírus. Até mesmo os hospitais particulares podem vir a sofrer com tudo isso”, afirmou o médico e Diretor Geral do Hospital Santa Teresa, Leonardo Menezes.