Operação Fiat Lux, deflagrada pelo MPF e Polícia Federal, investiga ex-deputado federal Nélson Sabrá
Filho do ex-prefeito de Petrópolis, Jamil Sabrá, Nélson foi deputado estadual, secretário de obras e presidente da COMDEP. Sabrá foi conduzido, na manhã de hoje, à sede da PF, no bairro Quitandinha
Trabalho faz parte da Operação Fiat Lux, deflagrada para investigar desvios em contratos com a EletronuclearReprodução
Por Ney Freitas
Petrópolis - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal fecharam o cerco, na manhã desta quinta-feira, a 12 mandados de prisão temporária e 18 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Niterói e Petrópolis. O trabalho faz parte da Operação Fiat Lux, deflagrada para investigar desvios em contratos com a Eletronuclear. Em Petrópolis, a Polícia Federal foi até a casa do ex-deputado federal, Nélson Sabrá. Sabrá também foi deputado estadual e, em Petrópolis, atuou como secretário de obras, presidente da COMDEP e secretário de desenvolvimento econômico no governo do ex-prefeito Paulo Mustrangi.
O MPF chegou aos envolvidos da operação desta quinta-feira a partir da delação premiada de empresários presos na Operação Blackout, realizada em 2017 pela Força-Tarefa da Lava Jato no Paraná. Após os depoimentos, foi esclarecido um esquema de pagamento de vantagens indevidas em, pelo menos, seis contratos firmados pela empresa Eletronuclear. Segundo o teor das investigações, os recursos eram desviados através de subcontratações falsas de diversas empresas de serviços e empresas offshore. Ainda segundo a PF, após, as mesmas empresas faziam a distribuição dos valores entre os atuais investigados na operação.
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Além de Nélson Sabrá, também estão sendo investigados um ex-ministro, empresários e antigos executivos da estatal. Também foram solicitados o sequestro dos bens dos envolvidos e de suas empresas pelos danos causados no valor aproximado de R$ 207 milhões. Segundo o Ministério Público Federal, a exigência de propina teve início logo após Othon Pinheiro assumir a presidência da estatal como contrapartida à celebração de todos os novos contratos e do pagamento de valores que ficaram em aberto referentes aos contratos que se encontravam em vigor. Parte do esquema também operou com empresas sediadas em países como Canadá, Dinamarca e França. O MPF já solicitou a cooperação internacional e prometeu compartilhar todo o material da investigação com os Ministérios Públicos destes países.