Mas por que ela ficou tanto tempo longe do lar? Como essa mineira de Santos Dumont acabou vivendo tanto tempo longe dos filhos e vindo parar em Petrópolis? Algumas respostas já foram dadas… A família de dona Maria - que sofre de distúrbios psiquiátricos - suspeitava de que ela estivesse morta, mas os filhos ainda tinham esperanças de encontrá-la viva.
Segundo eles, seu pai contava que teve que internar a esposa em um hospital psiquiátrico em Barbacena e, depois de algum tempo, ela teria morrido. Os filhos dizem que no fundo nunca acreditaram na história, porque eles não se lembravam de velório ou enterro da mãe.
Mas, através do trabalho de pesquisa de Cidnea Maria Esteves Moutinho, coordenadora das Residências Terapêuticas do Município de Petrópolis, e de sua equipe, foi possível localizar a família da simpática senhora e promover o reencontro emocionante de hoje.
“Ela sempre falava que tinha que ir embora para ver os filhos, mas não se lembrava direito onde morava”, contou Cidnea. “Aos poucos, fomos juntando as peças, quando ela se lembrava de algum detalhe, como por exemplo quando falou sobre o bairro Benfica, em Juiz de Fora. Levamos ela até lá, mas com o passar dos anos tudo mudou e ela não reconheceu o local”, continuou.
Em Petrópolis, dona Maria passou por um lar de idosos e em 2004 foi para o hospital psiquiátrico Santa Mônica, onde ficou até 2017, quando foi finalmente acolhida em uma das três Residências Terapêuticas da cidade.
As Residências Terapêuticas são uma iniciativa do governo municipal que permitem o cuidado dos pacientes psiquiátricos fora do ambiente hospitalar e foi lá que dona Maria ficou sendo cuidada até a manhã de hoje, na unidade que fica na Rua Monsenhor Bacelar, no Centro.
Há cerca de um ano, dona Maria falou sobre a cidade de Santos Dumont, foi quando Cidnea teve a iniciativa de entrar em contato com o CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social - da cidade, e lá a equipe do órgão conseguiu encontrar os filhos vivos de dona Maria.
Dos seis filhos, três vieram levar dona Maria para casa: Marcelo, Tadeu e José Antônio ficaram muito emocionados ao reencontrar a mãe que, apesar de não reconhecê-los, entendeu a situação e, feliz, foi embora com eles.
“Vou ficar com muita saudade dela, todos os cuidadores e as outras residentes que se tornaram amigas com o passar dos anos, todos choramos, mais ao mesmo tempo ficamos com o coração cheio de felicidade pelo reencontro dos filhos com sua mãe”, finalizou emocionada Cidnea.