Encontro serviu para debate sobre integração e trocas de experiências entre as defesas civis da regiãoDivulgação/Ascom

Por O Dia
Petrópolis - Em 2011, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto e Teresópolis - cidades que integram a área Serrana I, da Regional de Defesa Civil (Redec) - viveram simultaneamente um dos maiores desastres ambientais da história do país.
Nesta quinta-feira (1º), dez anos depois, os três municípios, além de representantes das defesas civis de Areal, Carmo, Sapucaia e Sumidouro, se encontraram no Castelo de Itaipava para um debate sobre integração e trocas de experiências, armas poderosas no enfrentamento às tragédias naturais.

O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros - que a convite do prefeito interino de Petrópolis, Hingo Hammes, é secretário de Defesa Civil na cidade -, Gil Kempers, falou das experiências que a cidade vive e das soluções encontradas para fortalecer o trabalho de proteção das comunidades em áreas de risco.
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Especialmente, sobre o trabalho de integração com essas comunidades, que foi recentemente tema de apresentação no encontro nacional das defesas civis. “Os núcleos comunitários são uma construção participativa de redes de apoio operacional e de cooperação nas comunidades, que são qualificadas para as ações de Defesa Civil nos pontos de apoio. Em 2021, nós estreitamos os laços com as comunidades.
Um grande desafio para a qualificação das ações de acolhida e apoio operacional comunitário nestes espaços públicos tão necessários à segurança e proteção das comunidades em tempos de chuva forte no município. Acreditamos também ser essa uma boa prática que pode ser adaptada e multiplicada para municípios que queiram fortalecer as ações de Defesa Civil em pontos de apoio para chuvas fortes”, informa Kempers.

Petrópolis tem atualmente 28 pontos de apoio em comunidades. Entre janeiro e abril deste ano, com as escutas comunitárias, a partir de rodas de conversa presenciais e online, foi realizado o trabalho de capacitação dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias do município em noções básicas de Defesa Civil e protocolos de acolhida estimulando a criação de equipes de cuidado que serão responsáveis pelo acolhimento, triagem, cadastro e informações para as famílias que se abrigarem nos pontos de apoio.

O exemplo foi citado pela subcoordenadora da Coordenadoria Regional da Defesa Civil Serrana I - Redec 7, Heloísa Santos Fadda. “A gente quis aproximar nossos municípios para eles conhecerem os projetos uns dos outros e os municípios que estão mais avançados nesse sentido passarem os demais essa expertise, para que eles possam se adequar de acordo com a realidade de cada um. Petrópolis é uma cidade que tem vários projetos em andamento e projetos que vão se iniciar logo.
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Kempers passou a experiência com esses projetos. Petrópolis tem uma defesa civil muito bem estruturada. O trabalho de escuta comunitária tem ajuda a fortalecer os Nudecs, o que é importantíssimo já que os integrantes desses núcleos fortalecem o trabalho da Defesa Civil. Para os outros municípios, que não possuem esses núcleos, é um aprendizado”, destaca.

Foi importante para o prefeito de São José do Vale do Rio Preto conhecer a experiência. “A gente percebeu, após ouvir Kempers, o quanto a gente pode avançar na nossa cidade, nas nossas ações. São frentes que foram abertas aqui e que a gente não abriu lá, mas que são perfeitamente viáveis. Elas mostram o alcance que a Defesa Civil tem até mesmo nesse momento que não é de chuvas, mas em que podem ser feitas capacitação para o período”, afirmou Gilberto Esteves.

E se não chove agora, com a estiagem o desafio é outro. “A comunidade é onde tudo acontece. Mesmo agora, no período de estiagem, temos as queimadas, que também causam desastres ambientais. A conscientização da população agora, é um trabalho fundamental. Para evitar as queimadas e proteger quando chegarem as chuvas lá na frente. Uma população orientada procura os Bombeiros com a informação adequada, agiliza nosso trabalho”, avaliou o coronel Gileno Alves, comandante do Comando dos Bombeiros de Área 2 (Serrana) do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ.

O prefeito de Petrópolis avalia o encontro de forma positiva. “Hoje, felizmente a gente tem uma Defesa Civil de referência para outras cidades da região e até do país. Mas, podemos sempre aprender também, especialmente a trabalharmos juntos. Porque juntos, podemos ser mais eficientes”, finalizou Hammes.