Dados foram apresentados em audiência pública na Alerj, realizada na última terça-feira (29)Divulgação

Petrópolis - O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, prestou contas à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) das ações financiadas com os R$ 30 milhões doados pelo Parlamento fluminense para apoiar o município, após a tragédia provocadas pelas chuvas de fevereiro e março. Os dados foram apresentados na audiência pública, realizada na última terça-feira (29), pela comissão especial instituída para acompanhar os desdobramentos da catástrofe climática no município.
Bomtempo afirmou que já foram empregados pouco mais de R$ 28,1 milhões em contratação de equipes de trabalho e na realização de obras de reconstrução, limpeza urbana, assistência social, novas moradias e reestruturação urbana.
“Graças à Alerj, pudemos contratar mais 1.100 trabalhadores em uma frente emergencial para ajudar no trabalho de limpeza das residências. Também foram contratados 25 engenheiros e técnicos em edificação para atender a demanda”, disse o prefeito.
As chuvas de 15 de fevereiro e 20 de março deixaram 242 mortos, dois desaparecidos e mais de 3,5 mil desabrigados e desalojados, de acordo com o município. A urgência no pagamento do Aluguel Social e a agilização da liberação de financiamento às empresas e a trabalhadores que perderam seus empregos foram algumas das principais cobranças feitas às administrações públicas do município e do Governo do Estado.
O prefeito afirmou que cerca de 3.700 vistorias já foram feitas para a liberação do Aluguel Social pelo Governo do Estado. A Defensoria Pública pediu que o prazo para apresentação dos documentos exigidos seja ampliado dos atuais 60 dias para 120 dias.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avalia que o prejuízo para a economia da Cidade Imperial chegue a R$ 665 millhões, segundo dados apresentados por Bomtempo. A estimativa leva em consideração perdas de imóveis residenciais, comerciais, veículos, mercadorias, máquinas, dentre outros itens. “Muito ainda precisa ser feito. A realidade geológica do município e as mudanças climáticas foram expostas nessa tragédia”, disse o prefeito.
A presidente da Associação de Moradores do Meio da Serra Velha, Daniela Jorge de Souza, fez um relato emocionado das dificuldades enfrentadas pelas vítimas da tragédia que a entidade vem tentando ajudar, de forma voluntária. Já o presidente do Conselho de Economia Popular Solidária de Petrópolis (Cesp), Marcelo Xavier, pediu apoio para os trabalhadores informais. Muitos dependem de doação de cestas básicas pela entidade. “Eles querem trabalhar e romper esse ciclo de dependência dos recursos”, ressaltou.