Além de cantora, Renata é produtora Cultural e ex-aluna do curso de produção cultural da UFF - Divulgação/Jorge Ronald
Além de cantora, Renata é produtora Cultural e ex-aluna do curso de produção cultural da UFFDivulgação/Jorge Ronald
Por O Dia
Rio das Ostras - Quando Renata Cabral resolveu lançar seu disco “Samba Negro” (2018) não era exatamente para registrar um repertório deste gênero, mas trazer por meio dos arranjos e letras das canções selecionadas a amplitude do significado da palavra samba. A cantora de Rio das Ostras, da Região dos Lagos, imprimiu nas canções gravadas a sua veia de influências africana e quilombola e ritmo musical das comunidades tradicionais. As faixas estão disponíveis no Spotify.

“Não se trata de samba como ritmo musical, mas algo muito mais amplo, um grande encontro, uma reunião, uma mistura de influências”, define Renata que, além de ser uma das vozes com mais destaque de toda a região, assume no palco uma presença espirituosa advinda dos 10 anos de estudos de teatro.

Apesar das temáticas de raízes africanas estarem presente constantemente na sua construção musical, Renata revela que Maria Bethânia, Chico Buarque, Moacir Santos e a banda Metá Metá também fazem parte de sua inspiração.
Renata Cabral com uma guitarra de brinquedo. Desde criança a menina já tinha vocação para a música - Arquivo Pessoal
Renata Cabral com uma guitarra de brinquedo. Desde criança a menina já tinha vocação para a músicaArquivo Pessoal


Além da sólida carreira solo, a artista já participou de projetos de grande projeção local, com lotação esgotada no Teatro Popular de Rio das Ostras, como “Na Raiz da Amendoeira”, que reuniu músicos que se consagraram na cidade a partir de apresentações na Taberna da Amendoeira, lugar que sempre abriu espaço para apresentação de músicas autorais e alternativas. Em 2020, fez parte do projeto (In)Diferentes, que trouxe uma nova ótica de interpretação e arranjos em consagradas canções com piano e percussão.

Renata Cabral se tornou uma personalidade tão influente que durante os últimos anos não faltou convites para participações em shows.

TRAJETÓRIA – Desde criança, a ligação com a música era frequente. Renata é filha de cantora. Sua mãe, Sandra Cabral, já percebia o talento da menina e a incentivou a cantar na igreja, animando as missas. A influencia da mãe, que além de cantar as canções religiosas, também colocava no repertório clássicos de Gonzaguinha e Elis Regina, foi fundamental. Mas o inicio da carreira da filha tem ligação com a mãe. As duas participaram do Festival de Novos Talentos de Rio das Ostras. Em 2010, Renata levou o prêmio.

“Conquistei o primeiro lugar como melhor cantora ao interpretar a música ‘Arrastão’, da Elis Regina. Foi esta composição que despertou a minha inspiração temática e desde então comecei a ser convidada para tocar em bares e restaurantes da cidade”.

De lá para cá sua trajetória musical não parou. E foi mesclando entre a carreira artística e os estudos no curso de Produção Cultural na Universidade Federal Fluminense (UFF), que desenvolveu projetos importantes, como o “Música da Cidade” e o show da banda Paulista Metá Metá. Renata é conhecida entre os músicos como uma pessoa que gosta de compartilhar e sempre deu um jeito de ajudar outros artistas a dar seus primeiros passos na área dentro do Município.

Durante a pandemia, Renata Cabral foi uma das premiadas pelo Edital Cultura Presente nas Redes da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do RJ com vídeos disponíveis no YouTube.

PRODUÇÃO CULTURAL – Renata Cabral foi aluna de Produção Cultural e hoje compõe o quadro de funcionários da Fundação Rio das Ostras de Cultura ao lado da Presidente Cristiane Regis. Grandes avanços foram alcançados na cidade na gestão de Cristiane como a abertura de editais de fomento a arte e cultura de diversas frentes, formação de plateia no Teatro Popular, reabertura de equipamentos de cultura na localidade de Rocha Leão, capacitação do trade cultural que vive de apresentações artística, entre outros.

Sua incansável atuação no Conselho Municipal de Cultura foi importante para as mais diversas frentes culturais pudessem estar representadas.