Rio - O pequeno Ryan Gabriel Pereira dos Santos, de apenas 4 anos, morreu, na noite deste domingo, após passar por cirurgia no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte da cidade. Atingido no peito por uma bala perdida, no Morro do Cajueiro, em Madureira, ele deu entrada na unidade em estado grave, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. Junto com pelo menos outras duas pessoas, ele integra uma triste estatística: o domingo de Páscoa registrou três mortes em favelas cariocas.
Ryan Gabriel estava com o avô na calçada de casa quando foi baleado. Policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda) contaram ao DIA que bandidos do Morro da Serrinha tentaram invadir o Cajueiro ontem à tarde. O comando da unidade disse que, depois que soube que uma criança e um adolescente haviam sido baleadas, enviou "imediatamente" uma viatura às unidades de saúde, os hospitais Getúlio Vargas, onde Ryan foi socorrido por populares, e o Albert Schweitzer, em Realengo, onde um jovem de 17 anos deu entrada com ferimentos.
Em nota, o comando do batalhão frisou que não fazia operação no Morro do Cajueiro, no momento em que as vítimas foram atingidas, "nem tinha sido acionado em razão de um tiroteio". Ainda não há informações sobre o estado de saúde do jovem que foi levado para o hospital em Realengo.
A morte do menino Ryan Gabriel será investigada pelo delegado Niandro Ferreira, titular da 29ª DP (Madureira), que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias em que o garoto foi baleado. Policiais civis realizam diligências para esclarecer o crime.
Dois mortos no Morro do Fubá
Também neste domingo, outra comunidade da região, o Morro do Fubá, em Cascadura, foi palco de uma gerra entre facções rivais que terminou com pelo menos duas vítimas fatais. Identificado como Allan Clayton Barros Gomes, 20 anos, um homem que seria integrante de uma milícia local foi encontrado morto em um carro na Rua João Romeiro. Ele foi atingido por um tiro e o veículo onde ele estava foi incendiado.
Outros dois baleados no Morro do Fubá foram levados para o Hospital Salgado Filho, no Méier. Um deles é Michael Madruga de Oliveira, 30 anos. Mesmo socorrido às pressas, o homem não resistiu. Ele foi atingido com dois tiros na cabeça.
O outro baleado levado para aquele hospital é um soldado da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Mangueira, que foi atingido por disparos no rosto, na perna e na mão direita. Ainda não há informações sobre o estado de saúde do policial militar.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital) investigará a morte de Allan Clayton e Michael. Segundo o delegado Fábio Cardoso, titular da especializada, outras quatro ficaram feridas na comunidade do Fubá, entre elas o policial militar. Policiais realizam diligências para esclarecer o crime e identificar os autores.